Em Mossul, o último grande bastião urbano do Daesh no Iraque, o grupo ultrarradical defende atualmente os poucos setores que ainda controla na cidade, sob forte ofensiva das forças especiais iraquianas (com o apoio da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos da América).
O Daesh "controlava 40% do território iraquiano" em 2014, declarou aos jornalistas o general Yahya Rassoul, porta-voz do Comando Conjunto de Operações, uma estrutura que coordena a luta anti-jihadista no país.
"A 31 de março, não controlavam mais do que 6,8%", acrescentou o militar iraquiano no decorrer de uma conferência de imprensa em Bagdad.
Os jihadistas lançaram uma ofensiva em junho de 2014 no decorrer da qual conquistaram, em poucos meses, uma boa parte do Norte do Iraque, incluindo Mossul, a segunda cidade mais importante do país, e do Oeste do país. Trata-se de duas regiões essencialmente sunitas.
Nos dois últimos anos, o Daesh perdeu as grandes cidades de Fallujah e Ramadi, a Oeste de Bagdad.
Atualmente, a frente de batalha contra os jihadistas situa-se em Mossul, alvo de uma tripla ofensiva das tropas governamentais desde outubro. Depois de ter reconquistado a parte oriental da cidade no final de janeiro (Mossul está dividida ao meio pelo rio Tigre), as forças iraquianas combatem agora pelo controlo da parte Oeste da cidade, nomeadamente lutando rua a rua na Cidade Velha.
Mais de 200 mil pessoas já fugiram de Mossul-Oeste e o exército americano estima que os resistentes do Estado Islâmico não são agora mais de mil (quando já ascenderam a mais de três mil).
Os militares acreditam que uma reconquista total de Mossul, "capital do califado" proclamado em 2014 pelo próprio Daesh, acabaria por pôr um fim ao sonho dos jihadistas de estabelecerem um Estado à custa de território do Iraque e da Síria.
O Daesh controla ainda as grandes localidades de Hawijah (a sul de Mossul) e Tal Afar (a Oeste de Mossul), bem como setores na fronteira com a Síria.
Na vizinha Síria, o grupo controla a capital de província de Raqa, bem como outras regiões.
Em janeiro, a consultora de segurança IHS Markit estimava que o Daesh perdeu em 2016 quase um quarto do território que dominava na Síria e no Iraque, o que representa um retrocesso sem precedentes.
De acordo com os dados da consultora, o autoproclamado "califado" (com início em junho de 2014) encolheu 23%, passando de uma área de 78 mil quilómetros quadrados para 60.400, uma superfície equivalente a metade do território da Coreia do Norte.
No início de 2015, o Daesh dominava 90.800 quilómetros quadrados.
Com Lusa