Meteorologia

Depressão Martinho: rajadas de vento superiores a 100 km/h são "atípicas" e "perigosas"

A Depressão Martinho atingiu, em especial, a região centro e sul do país com rajadas de vento superiores a 100 km/h e forte precipitação. Duarte Costa, investigador em alterações climáticas, chama à atenção para a importância da população seguir as recomendações da Proteção Civil e evitar deslocações desnecessárias nas zonas de risco.

Mariana Jerónimo

Todo o território nacional está esta quarta-feira sob avisos meteorológicos devido à previsão de chuva, vento e agitação marítima provocados pela Depressão Martinho. A partir das 21:00, seis distritos - Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro - passaram a aviso laranja e a recomendação das autoridades é para que as deslocações rodoviárias sejam evitadas.

Duarte Costa, investigador em alterações climáticas, explica que não é comum se registarem rajadas de vento superiores a 100 km/h nas zonas baixas e 120 km/h nas zonas altas do país.

"Nós recebemos na Área Metropolitana de Lisboa (AML) uma mensagem [da Proteção Civil] a dizer 'esteja atento'. Mas acho que falta aqui recomendações mais claras, mais diretas sobre o que as pessoas podem fazer de forma preventiva", alerta Duarte Costa.

Ainda assim, Duarte Costa relembra que estas chuvas não são atípicas para a época do ano, embora os últimos invernos tenham sido mais secos e com pouca precipitação.

"Aquilo que não é atípico é este acumular de precipitação. Nós vemos como as barragens estão cheias, os solos estão saturados e se continua a chover desta maneira nós vamos chegar a um ponto em que não temos mais capacidade de reter água em segurança como um albufeira e barragem. Isso pode chegar cheias por não termos mais capacidade de armazenar", acrescenta.
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