"Devemos respostas porque devemos respeito. Ser consequentes. Honrar cada vítima deste incêndio e dos tantos incêndios, incêndios demais, impõe-nos agir com determinação e com lucidez corajosa para que não se repita a tragédia", assinalou hoje a bloquista, na sessão do parlamento em que foram homenageadas as vítimas dos fogos na região centro do país.
O choque e a dor, frisou a líder do Bloco, "são avassaladores", e nesta fase "a necessidade de apoiar as vítimas e de debelar o fogo concentram os esforços e a atenção do país".
"Populações, bombeiros, GNR, INEM, Proteção Civil, todos os que estão no terreno. Devemos-lhes tudo", continuou.
Catarina Martins elogiou ainda a forma como "Portugal se organizou para apoiar" as vítimas, famílias e equipas de socorro.
"Individual e coletivamente, o país está espontaneamente a organizar-se para apoiar bombeiros e populações, dar meios às instituições que acolhem quem teve de abandonar a sua casa, acudir aos animais. Será preciso mais, para acolher no imediato, mas também para reconstruir as vidas e a economia, e o Estado deve começar desde já essa tarefa".
De todo o modo, e volvido este período de combate aos fogos, são devidas "respostas" a todos, assinalou a bloquista.
"Como foi possível? Como chegámos a uma tragédia destas dimensões? O que falhou? Agora é o tempo da solidariedade e da dor, mas também do compromisso inequívoco de que chegaremos ao tempo das respostas precisas e da responsabilidade rigorosa", declarou.
Para Catarina Martins "este não é só um problema do tempo ou do clima".
Seguramente, reconheceu, "condições climatéricas especialmente agrestes colocam problemas de muito difícil resposta, "mas as questões mais complicadas são as da escolha política: ordenamento do território, desertificação e abandono, modelo de proteção civil, política florestal e o domínio do eucalipto".
O BE, disse Catarina Martins no final da sua intervenção, "presta homenagem às vítimas da tragédia de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Alvaiázere, Sertã, Pampilhosa da Serra, Penela e Góis e agradece a solidariedade nacional e internacional e o incansável trabalho de tantos e tantas que lutam no terreno pela proteção das populações".
Lusa