"Vivemos um momento de crise que nos afeta a todos, estamos todos a sofrer. Este é um momento de unidade, de proteger e de cuidar de quem sofreu perdas emocionais e materiais, de apoiar quem continua no terreno. É também um momento de paragem e de reflexão, e que deve servir para reanimar e levantar os ânimos. Continuemos o propósito da nossa existência: sermos felizes, viver relações harmoniosas, numa sociedade justa e equilibrada. E façamos realmente algo para que tal aconteça", apelou André Silva.
Para o PAN, Portugal continua "a perder esta guerra" e só a conseguirá vencer quando houver consenso para "pensar no país a longo prazo" e dar prioridade à natureza e ao ambiente.
"Que tudo isto sirva, pelo menos, para assumirmos que Portugal já não tem floresta. Portugal tem plantado o abandono e a monocultura intensiva de acendalhas. As plantações desprovidas de qualquer variedade biológica e interesse ambiental consomem o património natural que nos resta e contribuem para estas fatalidades", afirmou.
Apesar de reconhecer que "há fenómenos naturais que são invencíveis", André Silva advertiu que a "imprevisibilidade e o descontrolo são o preço a pagar pela manipulação e desequilíbrio da natureza" e defendeu: "gaste-se o necessário" para a prevenir [a guerra] , porque todas as guerras se perdem".
O parlamento aprova hoje um voto de pesar pela morte das vítimas dos incêndios dos últimos dias no centro do país provocada pela "maior tragédia humana provocada por fogos florestais em Portugal".
O voto, subscrito por todos os partidos e pelo presidente da Assembleia da República, foi lido pelo próprio Ferro Rodrigues no início de uma sessão solene de homenagem às vítimas dos incêndios que já fizeram 64 mortos e mais de 20 feridos desde sábado.
Lusa