Tensão EUA-Irão

Tropas americanas de saída do Iraque?

Carta enviada por engano anunciou retirada da coligação militar. Estados Unidos falam em "rascunho mal formulado" mas confirmam autenticidade do documento.

Azad Lashkari

SIC Notícias

A coligação militar liderada pelos Estados Unidos contra o Daesh começou por anunciar, esta segunda-feira, ao número 2 do comando militar iraquiano que vai "reorganizar" as forças com o intuito de fazer "uma retirada do Iraque segura e eficaz", numa carta enviada à cúpula militar iraquiana, citada pelas agências internacionais.

No texto, assinado pelo general norte-americano William H. Seely III, que lidera esta força no Iraque, pode ler-se que os Estados Unidos respeitam o que dizem ser uma "decisão soberana" das autoridades iraquianas, que ordena a partida das tropas.

"UM RASCUNHO MAL FORMULADO"

No entanto, o principal oficial das forças armadas norte-americanas afirmou, em declarações aos jornalistas, citadas pela agência Reuters, que o documento tratava-se apenas de um "rascunho mal formulado".

"Mal formulado, implica uma retirada. Não é o que está a acontecer", disse Mark Milley, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA.

EUA NEGAM RETIRADA TOTAL MAS...

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, também negou a decisão de retirar os militares destacados no Iraque.

"Não foi tomada qualquer decisão para sair do Iraque. Essa carta não corresponde ao nosso estado de espírito", garantiu Mark Esper, citado por várias agências noticiosas.

Contudo, a autenticidade da carta foi confirmada pelo próprio Departamento de Defesa norte-americano. Uma carta autêntica, mas enviada por erro e antes de tempo.

Também esta noite, as agências noticiosas davam conta de vários helicópteros a sobrevoar os céus de Bagdade, alegamente para reposicionar as tropas.

Os EUA tinham cerca de 5.200 militares no Iraque, antes da chegada na semana passada de várias centenas de outros para proteger a embaixada na Zona Verde, um bairro de Bagdade com segurança reforçada, atacada na terça-feira por milhares de manifestantes pró-iranianos.

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