A Iniciativa Liberal (IL) não quer que o Estado continue a ser acionista maioritário da TAP. Os liberais alegam que é preciso por fim à interferência política na autonomia e na gestão da companhia aérea.
Em declarações aos jornalistas, esta tarde, na Assembleia da República, o deputado Mário Amorim Lopes defendeu que, quando se mantém o Estado como acionista, o que se vê é “interferência política” na “autonomia” e na “gestão” da TAP.
O deputado liberal lembrou os casos passados de pagamentos de indemnizações a ex-administradores e apontou-os como consequências da “intromissão do poder político” nas empresas públicas.
Mário Amorim Lopes antevê que, mantendo o Estado como acionista da companhia aérea, no futuro, será necessária uma nova injeção de dinheiros públicos na companhia aérea e acusa o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de ser “pouco ambicioso” quanto à TAP - “ainda menos ambicioso do que o anterior primeiro-ministro, António Costa”, atirou.
“O Estado não tem de andar a gerir companhias aéreas em mercados livres e concorrenciais”, conclui. “Deixem a TAP voar. Deixem a TAP ser livre, sem o peso do Estado no porão do avião e, sobretudo, sem o dinheiro dos contribuintes.”
O primeiro-ministro anunciou, esta quinta-feira, a venda de 49,9% da TAP, sublinhando que se trata do cumprimento daquilo que “está escrito no programa eleitoral e no programa do Governo”.
O Executivo pretende alienar até 49,9% do capital da companhia aérea através do modelo de venda direto, reservando “5% para os trabalhadores”, como prevê a lei das privatizações.