TAP: o futuro e as polémicas

Condição para vender a TAP: PS exige que 3 mil milhões de euros sejam "devolvidos aos contribuintes”

José Luís Carneiro entende que, para vender 49,9% da TAP, tem de ficar garantido que os milhares de milhões de euros investidos pelo Estado na companhia aérea voltem para os contribuintes. De resto, o PS não se opõe à abertura a capitais privados.

Rita Carvalho Pereira

O PS exige que quem comprar a TAP entregueao Estado 3 mil milhões de euros, para compensar os contribuintes pelo investimento público feito na companhia aérea durante a pandemia. Esta é uma das condições impostos pelos socialistas ao Governo para a venda da companhia aérea. 

Em declarações aos jornalistas, esta tarde, na Assembleia da República, o novo secretário-geral socialista disse que, a médio e longo prazo, os contribuintes portugueses terão de ser reembolsados.  

José Luís Carneiro acredita que "não faltarão” investidores disponíveis a aceitar esta condição, dado o “potencial estratégico e económico da TAP” e a “importância do hub de Lisboa”.  

O socialista sublinhou que o PS entende que Portugal deve manter a maioria da TAP, apesar de ser a favor de abrir a companhia aérea a capital estrangeiro – e garantiu que, apesar de não terem falado esta quinta-feira, já conversou com Luís Montenegro sobre o tema noutros momentos. 

Para José Luís Carneiro, de modo a que a venda da TAP seja concretizada, será ainda preciso assegurar quatro grandes objetivos: que o hub fique sediado em Lisboa; que seja garantida a ligação com as comunidades portuguesas no estrangeiro; que a companhia seja um instrumento de desenvolvimento da economia (que, lembrou, assenta fortemente no turismo) e ser um fator de coesão territorial, assegurando serviço público às regiões autónomas dos Açores e da Madeira, assim como ao Porto e ao Algarve. 

O socialista disse que aguardaria agora para ouvir mais esclarecimentos por parte do ministro das Infraestruturas. 

O primeiro-ministro anunciou, esta quinta-feira, a venda de 49,9% da TAP, sublinhando que se trata do cumprimento daquilo que “está escrito no programa eleitoral e no programa do Governo”. 

O Executivo pretende alienar até 49,9% do capital da companhia aérea através do modelo de venda direto, reservando “5% para os trabalhadores”, como prevê a lei das privatizações. 

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