TAP: o futuro e as polémicas

“Olá João… a decisão de não revelar as notas deve ser revista”, a resposta de Frederico a Galamba

A SIC teve acesso à resposta que Frederico Pinheiro enviou aos SMS de João Galamba e da sua chefe de gabinete, Eugénia Cabaço.

O ministro João Galamba
ANDRE KOSTERS

Ricardo Costa

A SIC teve acesso à resposta que Frederico Pinheiro enviou aos SMS de João Galamba e da sua chefe de gabinete, Eugénia Cabaço. A resposta, enviada às 14h12 de dia 25 de abril, indica que a decisão de não divulgar as notas da reunião “secreta” com a ex-CEO da TAP tinha sido tomada em conjunto.


Na noite de sexta-feira foram conhecidos várias mensagens de Whatsapp enviadas por João Galamba e por elementos do seu gabinete a Frederico Pinheiro, o adjunto que foi exonerando por telefone e que tentou ir buscar o seu computador ao Ministério numa cena rocambolesca, que envolveu quatro agentes da PSP e uma intervenção do SIS.


Como o Ministério das Infraestruturas já divulgou, a rotura entre Frederico Pinheiro e Joao Galamba deu-se enquanto este estava numa visita de trabalho a Singapura. É isso que explica a diferença horária entre envios e respostas, bem como o facto inusitado de o adjunto ter sido despedido telefonicamente pelo ministro mal aterrou em Lisboa, numa ação que não parece ter cumprido qualquer norma legal.


Numa das mensagens já divulgadas na noite de sexta-feira, João Galamba mostra perplexidade a Frederico Pinheiro, por este, alegadamente ter mudado a versão sobre a existência de notas da reunião: “Como é que tu te lembras agora que tens notas um mês depois da reunião em que a Eugénia pediu tudo o que havia sobre o grupo parlamentar ?!?!?”.

A mensagem termina com uma acusação direta de o Ministério ter sido obrigado a pedir uma prorrogação de entrega de documentos ao Parlamento por causa da eventual mudança de posição do Adjunto.


A posição de Frederico Pinheiro revela uma versão radicalmente diferente. Na resposta, a que a SIC teve acesso, este afirma claramente que “as notas que eu referi ontem (…) são as mesmas que referi e li na nossa reunião no gabinete da Eugénia”. Mais grave, escreve que “na altura considerámos todos que sendo algo informal, não seria de revelar”. Ou seja, não só Frederico Pinheiro afirma que as notas eram do conhecimento de todos - tendo sido lidas em voz alta - como defende que a posição de não as divulgar foi tomada numa reunião conjunta em que estavam, entre outros, o ministro e a sua chefe de gabinete.


No resto da mensagem pode ler-se que Frederico Pinheiro defende que, tendo o seu nome sido divulgado publicamente e existindo uma possibilidade de ser chamado à Comissão Parlamentar de Inquérito, a posição deve ser revista. Se for chamado ao Parlamento, Frederico Pinheiro defende que terá “que referir que tenho estas notas”. Conclui, afirmando crer que “a decisão de não revelar a existência destas notas deve ser revista”.

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