Ricardo Costa afirma que o adjunto de João Galamba salta para a ribalta numa “história bizarra”, que envolve o Ministério das Infraestruturas trancado e até os serviços secretos.
“Se imaginávamos que já tínhamos visto tudo no caso TAP, há sempre algo mais surpreendente”, sublinha.
A cronologia dos acontecimentos
“Sabemos que o adjunto é exonerado por telefone e que vai ao Ministério buscar as coisas. Dizem que ele não pode levar o computador, mas ele leva. Eu acho que ele tem razão e pode levar as suas coisas. Foi uma exoneração por telefone, não formal”, diz Ricardo Costa.
Mas se Frederico Pinheiro achava que poderia levar o computador, uma das secretárias entendeu o contrário. Seguiu-se uma situação de tensão, com o Ministério a ser trancado e a garagem fechada, impedindo a saída do adjunto de Galamba.
Ricardo Costa explica foi o próprio Frederico Pinheiro que chamou a polícia, acabando por sair do Ministério com o computador e acompanhado por quatro agentes da PSP.
“Segue para casa, tem acesso ao computador e escreve ao centro de informática do Governo a dizer que o tem e que o pode devolver. É informado pelo SIS [Serviço de Informações de Segurança] que o computador tem material sensível e são os próprios serviços secretos que o vão buscar”.
O computador volta assim à posse do Estado.
“É uma situação gravíssima e mirabolante. De repente temos situações de grande tensão. (...) Se num Ministério se comportam como numa tasca, não sei o que as pessoas podem achar do resto”, atira Ricardo Costa.
Diz ainda que as contradições no caso TAP têm sido sistemáticas e que se pode estar perante uma situação “grave” de mentiras. Classifica o caso TAP como a “tragédia grega” do Governo, comparando-a com uma maldição incontrolável.
“O que é que vai acontecer mais? De certeza mais qualquer coisa e não vai ser bom”, conclui.