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A versão do Ministério: Frederico Pinheiro desrespeitou ordem, “desferiu socos” e acabou trancado

Num documento enviado à SIC, o Ministério das Infraestruturas faz revelações sobre a noite em que Frederico Pinheiro foi informado pelo ministro João Galamba que tinha sido exonerado. Na sua versão dos acontecimentos, o Ministério fala em “agressões físicas” e até no envolvimento da polícia.

José Sena Goulão/Lusa

Carolina Botelho Pinto

O Ministério das Infraestruturas fez chegar à redação da SIC uma cronologia da sua versão dos factos ocorridos na quarta-feira, no Ministério das Infraestruturas, envolvendo Frederico Pinheiro. Em causa está o comportamento do ex-adjunto, acusado de “agressões físicas” e de ter contrariado ordens.

Neste documento, são revelados pormenores sobre a noite de 26 de abril, quando Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro João Galamba, se dirigiu às instalações do Ministério das Infraestruturas para levantar o computador de trabalho, pouco tempo depois de ter sido informado que tinha sido exonerado.

De acordo com o Ministério, Frederico Pinheiro foi informado de que estava proibido de entrar nas instalações. “Contrariando a ordem”, foi recolher o portátil de trabalho, situação que gerou “altercações” e “agressões físicas”.

A descrição exaustiva revela como a assessoria de imprensa tentou retirar a mochila com o portátil a Frederico Pinheiro, para fazer cumprir a ordem de João Galamba. Dado o “barulho da altercação e das agressões por parte de Frederico Pinheiro”, acorreram à sala mais três pessoas, todas mulheres.

O texto acusa o então adjunto do ministro João Galamba de ter desferido socos nas pessoas que o rodeavam e de fugir pelas escadas do edifício. As portas do Ministério foram fechadas e a polícia foi chamada.

“As saídas foram fechadas e Frederico Pinheiro ficou retido no edifício e arremessou a sua bicicleta contra os vidros da fachada”, lê-se no documento enviado à SIC esta sexta-feira.

Quinze minutos depois, dois agentes da PSP entraram no edifício, recolheram o testemunho de Frederico Pinheiro - que identificaram - e permitiram que saísse do Ministério.

"Os dois polícias deslocados informaram ter deixado sair Frederico Pinheiro porque no lugar ‘não estava ninguém para contrariar a versão apresentada por Frederico Pinheiro’, que tinham identificado e do qual tinham recolhido testemunho. Os polícias acrescentaram ainda que Frederico Pinheiro garantiu ser o proprietário legítimo de todos os bens".

Segundo o texto, remetido à SIC pelo Ministério das Infraestruturas, mas que não está assinado, a assessora de imprensa foi atendida nas urgências do hospital de Santa Maria a diversas escoriações físicas.

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