Orçamento do Estado

Governo não quer transformar OE2024 num "folclore de discussão e tática"

A segunda ronda de reuniões para negociar o Orçamento do Estado arranca na próxima terça-feira, sem a presença de Luís Montenegro. Por causa da ausência do primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos anunciou que não vai participar.

Catarina Lázaro

Ana Geraldes

Manuel Ferreira

Nuno Santiago

Os dados estão lançados para ter luz verde do PS no Orçamento do Estado 2025 (OE2025). Os socialistas querem que o Governo deixe cair o IRS Jovem e a redução do IRC. Mas estas linhas vermelhas do PS são também bandeiras do Executivo de Luís Montenegro. Quem vai ceder é a pergunta que se impõe.

"A nossa posição não é de transformar isso num folclore de discussão e tática". O compromisso, insiste o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, é com a aprovação do Orçamento do Estado.

Entre juras de diálogo e promessas de empenho, o Governo convocou os partidos para uma segunda ronda negocial na próxima terça-feira feira com a presença de 3 ministros - das Finanças, Presidência e Assuntos Parlamentares.

À hora a que Leitão Amaro falou aos jornalistas, no final do Conselho de Ministros, ainda não sabia que ia haver vários lugares vazios à mesa.

Ventura também não vai comparecer

Todos foram convidados para uma conversa cara a cara, outra vez sem o primeiro-ministro, uma ausência justificada com o facto das reuniões serem no Parlamento.

A história repete-se: sem Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos também vai faltar ao encontro. Além do líder do PS, quem também se colocou de fora foi o Chega. André Ventura diz que não vai a esta, nem a nenhuma reunião sobre o OE2025.

O líder do Chega insiste que foi traído, fala em negociações secretas entre Governo e socialistas, entretanto desentendidas pelo Executivo, a quem acusa de o estar a provocar.

Já o Bloco de Esquerda assume o divórcio com a direita. Não aprova o OE2025, mas aceita o diálogo e desvaloriza a ausência do primeiro-ministro nas negociações.

"Não vamos encontrar problemas onde não existem. Nossas diferenças com o Governo são políticas, não tem a ver com quem o Governo envia ou não envia em reuniões", explica Mariana Mortágua.

Para que não haja equívocos, o Governo vai entregar até sexta feira toda a informação pedida pelos partidos.

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