André Ventura acusou esta quinta-feira o Governo de negociar o Orçamento do Estado com o PS nas “costas” do partido e dos portugueses, acrescentando que Montenegro e o Executivo “não são de confiança”.
“Este Governo nunca procurou ter um Orçamento para o futuro e que desse estabilidade. (...) Negociaram nas nossas costas com o PS medidas contrárias às definidas nas eleições e o PS já se dá ao luxo de definir condições para a negociação”, disse André Ventura.
Dizendo que se trata de uma “traição”, alertou ainda o Executivo de que as escolhas atuais do PS “não são diferentes” das que foram feitas nos últimos oito anos de governação.
“O Governo decidiu pôr-se nas mãos do PS, mas nós não podemos aceitar isso.”
André Ventura lembrou que o Chega se comprometeu, no início da legislatura, com uma “transformação” à Direita, hipótese que o Executivo “desbaratou”.
O líder do Chega lamentou ainda que o Governo tenha convocado as reuniões de negociação do Orçamento com os partidos com assento parlamentar para o mesmo dia em que o Chega realiza as suas jornadas parlamentares. E informou que, por essa razão, o partido não participará na reunião de terça-feira.
“É uma provocação e falta de noção democrática. O Chega estará no distrito de Castelo Branco no âmbito das jornadas parlamentares, é a última resposta que darei ao primeiro-ministro sobre isto”, concluiu Ventura.
Montenegro garante que não houve negociações com o PS
Na quarta-feira, Luís Montenegro garantiu que não houve negociações do Orçamento do Estado com o PS. Fonte do gabinete do primeiro-ministro assegurou à SIC que não existiu troca de correspondência entre o Executivo e os socialistas durante o mês de agosto.
De resto, tal como Luís Montenegro já tinha afirmado, no último domingo, o gabinete do primeiro-ministro confirma que recebeu uma carta do PS no final de julho, mas diz que, até ao momento, não houve qualquer resposta, nem sequer por telefone.