Rita Blanco é apaixonada por animais e há muito que abraçou a causa animal. A atriz defende que o Estado deve ter um papel mais ativo na proteção animal e dá conta do seu percurso de ligação e afeto pelos animais. “Há oito anos que não como animais e a verdade é que estou mais saudável e não o contrário”, diz Rita Blanco na entrevista ao “SOS Animal - Ser Por Todos os Seres”.
O programa, apresentado por Sandra Duarte Cardoso, tem como objetivo sensibilizar o público para a importância do bem-estar animal e da proteção da natureza, destacando histórias de superação e cuidado animais em situações de vulnerabilidade bem como iniciativas de conservação de ambiental.
No primeiro episódio, a organização convidada é a associação Animal - Em Defesa dos Direitos de Todos os Animais e a atriz Rita Blanco partilha o seu envolvimento na causa animal e a forte ligação que tem aos animais desde cedo.
“Desde pequenina que gostava muito daquilo que era o mais óbvio que eram os cães e os gatos e a minha mãe deu-me acesso durante algum tempo. Eu pude ter um cão que era um cão de rua, que era o Piruças, que saía connosco de manhã íamos para a escola e depois quando nós chegávamos, ele estava à porta para entrar. Começámos pelo Piruças, depois tivemos gatos, depois eu tive um cão”.
A atriz descreve a relação que estabeleceu com um cão que adotou em criança e o impacto que a perda do animal teve na sua vida.
“Aquilo foi mesmo complicado, tive que parar de estudar durante, umas semanas, estar calminha, foi tudo muito perturbador. Eu era novinha. Pronto e depois mantive sempre aquele gosto. Não conseguia ainda perceber que eu gostava de todos os animais”.
"Achava que gostava de animais, mas apesar de tudo comia-os e não conseguia fazer fazer essa ligação? Infelizmente, é a única pena. Se é que eu tenha assim algum arrependimento, é como é que eu não vi antes? Como é que eu não percebi antes?"
"Há oito anos que não como animais"
A opção pelo vegetarianismo veio mais tarde, com o amadurecimento e consciencialização dos direitos dos animais.
"Tenho pena de não ter pensado nisto antes, de não ter tido acesso à informação (…) O facto de começar a ver documentários, quando vi ‘Cowspiracy’ disse: ‘Nunca mais toco num bicho’. Isso é muito importante, as pessoas terem acesso à informação para se sensibilizarem para a situação, porque há um hábito de milénios que é muito difícil quebrar".
“Há oito anos que não como animais e a verdade é que estou mais saudável e não o contrário. Portanto, nós temos que começar a repensar as coisas por que, apesar de não parecer nada neste momento, dirigimo-nos para um mundo mais decente, mais amigo, mais mais solidário, mais humano”.
A ligação à porca Antónia
A atriz apela à sensibilização e conta como no seu percurso pessoal e profissional criou relações profundas com os animais.
“Quando saí de casa e passei a ter muito mais gatos do que cães, porque não tinha condições para os cães (…) Com o convívio com eles e não só e porque tens que aprender coisas sobre eles, etc, começa-se a abrir o mundo e depois começas a perceber que todos os animais são seres cientes e que podes criar relações com uma galinha, com um pato, com um porco, que foi o que aconteceu, que foi muito importante na minha vida. Eu um dia tive que filmar com um porco”.
"Chamei-lhe Antónia (…) ela teve teve que viver comigo para aprender a andar atrás de mim no filme e, de repente, criei uma relação com a Antónia como com qualquer cão e, com franqueza, bastante mais inteligente do que qualquer cão que eu tivesse tido até à altura e continuo a achar o mesmo."
Proteção dos animais na Constituição da República
Rita Blanco assume que foi a ligação com a Antónia que contribuiu muito para a sensibilizar para a causa animal. Atualmente lamenta que o Estado não tenha um papel mais ativo na proteção e mobilização da sociedade para a proteção dos animais.
"Os animais têm que ter direitos e têm que ser protegidos pela nossa sociedade e isso seria tão simples como legislar, legislar o fim dos mal tratos aos animais e a punição no caso de acontecer. Tem que haver essa legislação, isso tem que estar na lei, tem que estar na Constituição.
Os animais têm que ser castrados, esterilizados. O Estado tem que se envolver nisso para que todos possamos viver melhor e quando viverem melhor, nós vivemos melhor, isso é uma certeza".
A necessidade da inclusão da proteção dos animais na Constituição da República é precisamente um dos temas em destaque no primeiro episódio do "SOS Animal - Ser Por Todos os Seres".
O programa relembra também a estreia da SOS Animal em televisão e dá voz à defesa de animais de várias espécies e dos seus frágeis ecossistemas, com o objetivo de inspirar os cidadão a proteger o planeta.