Monarquia

“Rei da sustentabilidade”? As peças com valor afetivo que Carlos III vai reutilizar na coroação

Sustentável e amigo do ambiente? É assim que Carlos III tem sido apelidado, depois de ter decidido usar peças da Coleção Real na coroação. Para além do simbolismo histórico, têm ainda valor afetivo, já que foram usadas pela mãe, pelo avô e pelo bisavô.

Inês M. Borges

Carolina Botelho Pinto

Ana Isabel Pinto

Inês M. Borges

Carlos III tem sido apelidado de “Rei da sustentabilidade” por ter decidido reutilizar algumas peças - com valor histórico e afetivo - de coroações anteriores. Para além do manto do bisavô, vai também utilizar uma luva criada para o avô e há outros elementos especiais.

“Foi uma decisão pessoal do Rei e coaduna-se com a ideia de um evento sustentável”, explicou à Reuters Caroline de Guitaut, comissária da Coleção Real.

A luva da coroação

Entre as peças que Carlos III vai reutilizar está a luva feita para a coroação do seu avô, Jorge VI, em 1937. Trata-se de uma luva em couro branco, com detalhes bordados a ouro e forrada a cetim vermelho. Durante a coroação, o Rei utilizará a luva na mão direita para segurar o cetro do soberano.

“Temos este Rei incrível, sustentável e amigo do ambiente que está a reutilizar uma peça em vez de mandar fazer uma nova”, afirmou também à Reuters Deborah Moore, da Dents Gloves, empresa que criou a luva para Jorge VI em 1937.

O “Colobium Sindonis” e o cinto do avô

Para além da luva, Carlos III irá reutilizar mais duas peças do avô: o “Colobium Sindonis”, uma túnica de linho branco, e o cinto da espada da coroação.

O “Colobium Sindonis” é uma túnica com a qual o Rei é embrulhado depois da unção com os santos óleos. Já o cinto servirá para carregar a espada usada pelo soberano. A tradição diz que cada monarca deve usar um cinto novo, mas Carlos III optou por repetir a peça.

A supertúnica do bisavô

Feita para a coroação do seu bisavô, o Rei Jorge V, em 1911, a supertúnica é uma espécie de ‘casaco’ comprido de seda dourada, bordado com arabescos e motivos florais, que pesa cerca de dois quilos.

O manto imperial

Por cima da supertúnica, Carlos III vestirá o manto imperial, confecionado em 1821 para o Rei Jorge IV. Tanto o manto como a supertúnica foram usados anteriormente por outros monarcas nas suas coroações, incluindo pela Rainha Isabel II, em 1953.

O manto imperial é a veste mais antiga. Feito em seda e ouro, pesa cerca de quatro quilos.

As cadeiras restauradas

Apelidado de “Rei da sustentabilidade”, Carlos III também mandou restaurar cadeiras de outras coroações para a cerimónia deste sábado. Estas cadeiras estavam guardadas desde a coroação do Rei Jorge VI, em 1937, e da coroação de Isabel II, em 1953.

Para além destas cadeiras históricas, é preciso não esquecer o icónico trono do Rei Eduardo, construído há mais de 700 anos. Foi utilizado pela primeira vez em 1308, na cerimónia de coroação do Rei Eduardo II.

Também conhecido como “Coronation Chair”, é o trono utilizado pelos monarcas na cerimónia de coroação.

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