Cerca de 78 mil peregrinos inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) já chegaram a Lisboa para o encontro de jovens com o Papa, informou a organização esta segunda-feira. Na SIC Notícias, o teólogo Henrique Pinto destaque a dimensão espiritual do evento.
“Este é um evento marcadamente espiritual, quer dizer, se aquilo que há a esperar da Jornada e se há que esperar da Jornada da Juventude alguma coisa é a transformação pessoal de cada um e é essa a insistência do Papa, não é propriamente um retorno económico”, explica Henrique Pinto e ainda sobre a questão financeira sublinha: “Há aqui uma baralhação... posso compreendê-la, mas não me agrada muito”.
O teólogo lembra a mensagem fundamental do Papa aos jovens - “Sai da poltrona, deixa as redes sociais, encontra-te fisicamente com as pessoas”. “Aquilo que eu vejo bonito nesta Jornada é uma apunhalada, uma facada no mundo virtual”.
Henrique Pinto faz uma comparação entre os festivais e concertos de música, que tanto atraem os jovens, e a a Jornada Mundial da Juventude.
“A Jornada tem muito de festivaleiro, quer dizer, e do ponto de vista da sociologia, da antropologia, nós não temos aqui o Roger Waters, que já passou por Portugal há pouco tempo. Não temos os Coldplay, que já por aqui passaram, mas um evento que tem muito de comum. Portanto, os jovens vêm claramente a Lisboa para se encontrarem com Jesus e se encontrarem com a figura que nesta Terra o representa de forma, eventualmente, sublime, que é o Papa, é o homem vestido de branco, não é uma banda”.
O teólogo prossegue na explicação do caráter espiritual da Jornada Mundial da Juventude, um evento que vai chamar a Lisboa cerca de 1,5 milhões de pessoas.
"Temos um Deus, encarnado em Jesus de Nazaré, que é essa a figura principal de todo este evento e temos um avô, um 'abuelo', como o próprio Papa Francisco costuma dizer, que no fundo é de tal maneira terna, é de tal maneira ternurento, que olhamos para ele e gostamos de o ouvir, que os jovens se derretem".