Jornada Mundial da Juventude

JMJ: "Nós, os portugueses, não estamos bem a ver o que é que vai acontecer"

"Estamos, muito provavelmente, diante do último encontro massivo do Papa Francisco com os jovens. O Papa tem 86 anos, vai reunir-se com 1,5 milhões de jovens em Lisboa e tem alguma mensagem que interessa a esses jovens”, a análise de Jorge Oliveira, padre e estudante de Doutoramento em Teologia.

SIC Notícias

O Papa Francisco chega esta quarta-feira a Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre de 1 a 6 de agosto. Durante a recitação do Angelus, na Praça de São Pedro, este domingo orações pela JMJ. "Os jovens de todos os continentes viverão a glória do encontro com Deus e com os irmãos guiados por Nossa Senhora", disse o chefe da Igreja Católica que deposita grande esperança neste evento que tem lugar em Portugal. Este é um dos aspetos em destaque na análise de Jorge Oliveira, padre e estudante de Doutoramento em Teologia.

Regressado recentemente a Portugal, Jorge Oliveira fala com emoção do regresso a Lisboa e da visita do Papa.

“Penso que aquilo que os jovens esperam é que o Papa seja exigente, seja a sincero e seja próximo. Estamos, muito provavelmente, diante do último encontro massivo do Papa Francisco com os jovens. O Papa tem 86 anos, vai reunir-se com 1,5 milhões de jovens em Lisboa e tem alguma mensagem que interessa a esses jovens”, sublinha.

Sobre a agenda bastante preenchida do Papa durante a visita a Portugal, apesar da idade, o jovem sacerdote considera que essa é a vontade do chefe da Igreja Católica.

“Penso que faz mesmo parte da vontade do Papa, porque acho que estamos habituados a ver um Papa Francisco que não se poupa a esforços e, portanto, todas as viagens que faz, fá-las com um grande sentido de entrega e, no fundo, penso que é um grande exemplo até para nós, para os cristãos e para todas as pessoas em todo o mundo, de que é uma pessoa que tenta viver aquilo que prega, isto é, quando quando fala da noção da importância do sacrifício entregar-se aos outros, da proximidade, ele mesmo dá esse exemplo”, considera Jorge Oliveira.

Agenda "Rise Up"

Os Encontros Rise Up vão decorrer nas manhãs de 2, 3 e 4 de agosto em igrejas e outros espaços próximos dos locais de acolhimento de peregrinos, estando organizados por idiomas.

No Rise Up, os peregrinos vão ter acesso a catequese sobre diversos temas. Estes momentos vão desafiar "os jovens a refletir sobre temas lançados pelo Papa Francisco, como ecologia integral, amizade social e misericórdia".

“Estes estes encontros ‘Rise up’ são precisamente para unir os peregrinos, para falarem sobre outros temas e também para estarem mais próximos de Deus. O lema geral desta JMJ é uma passagem do evangelho que nos fala sobre que Maria se levantou com pressa e foi visitar a sua prima Santa Isabel e “Rise Up” quer dizer, o Papa tem falado muito sobre isso, da importância dos jovens se levantarem, não se conformarem", explica Jorge Oliveira que destaca o papel dos voluntários na organização da JMJ.

Críticas aos custos da Jornada e a questão dos abusos

O estudante de Teologia realça que a questão dos abusos na Igreja, “será um pontos que o Papa Francisco vai abordar durante esta semana”.

“O Papa sabe perfeitamente que a mensagem principal, o foco está em acompanhar as vítimas. O Papa quer estar com elas. Dentro da sua agenda, carregadíssima, como recordávamos, não quer retirar esse ponto da agenda”.

Em relação aos custos, Jorge Oliveira destaca um estudo do ISEG e da PricewaterhouseCoopers (PwC) que aponta para um elevado retorno financeiro.

"Acho que nós, os portugueses, não estamos bem a ver o que é que vai acontecer. Eu tenho amigos de todo o mundo, da Nova Zelândia e da Colômbia, que estão entusiasmadíssimos.

Vai ter um impacto económico que eu penso que, esse relatório da Pricewaterhousecoopers e do ISEG, está muito próximo de acertar, porque vamos ter 1,5 milhões de pessoas que, se gastem 10, 15 euros por dia, façam as contas"

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