Mais de 300 grandes mamíferos terão morrido nos incêndios das últimas semanas nas serras da cordilheira central. É a primeira estimativa feita por investigadores da Universidade de Aveiro. Ainda assim há animais que conseguiram escapar ao fogo.
Nada parece ter sobrevivido ao fogo na paisagem agora mergulhada nas trevas, mas, como em todas as tragédias, a resiliência surpreende sempre. Imagens captadas há dias por investigadores da Unidade de Vida Selvagem da Universidade de Aveiro mostram, numa área ardida, um esquilo com uma bolota a alimentar-se.
Os mamíferos pressentiram o perigo e conseguiram fugir nas áreas onde os incêndios progrediram mais lentamente. Por exemplo, na Serra da Lousã, os biólogos já identificaram concentrações elevadas de animais refugiados em ilhas de vegetação, intocadas pelo fogo.
Ainda assim, a estimativa de baixas entre os chamados animais ungulados da cordilheira central aponta para números elevados. Esta estimativa abrange apenas espécies como o veado, o corso e o javali.
Apesar da imensidão da área ardida nas últimas semanas, os incêndios de 2017 terão sido mais mortíferos para a fauna. Esta primeira avaliação carece de mais tempo para ser confirmada pelos investigadores.