Incêndios em Portugal

“O fator humano é o mais grave”: especialistas dizem que mão criminosa é a principal responsável pelos fogos

Os fenómenos meteorológicos podem ser determinantes na propagação do fogo, mas grande parte dos incêndios começa com ignições por mão humana.

SIC Notícias

As condições meteorológicas determinam muitas vezes a intensidade da propagação dos incêndios. Mas é o homem, por negligência ou mão criminosa, o principal responsável.

“O fator humano é o mais grave. As ignições foram tantas, de forma dispersa, e muitas em simultâneo, em vários municípios”, aponta o climatologista Mário Marques. “Temos informação de que houve ignições em simultâneo num espaço de sete a oito quilómetros. Não foram projeções.”

Fator que, conjugado com períodos meteorológicos considerados extremos, facilita a propagação das chamas.

"Estava a ‘tempestade perfeita’: condições que ajudariam a propagação dos incêndios, caso as ignições existam”, refere o especialista.

É preciso recuar na linha do tempo até 2017 - o ano da tragédia que ficou marcada na memória do país. As condições eram mais graves e mais violentas.

“Estávamos num ano de seca. Este ano, até choveu bastante bem em junho e julho nesta região que está a ser atingida pelos incêndios”, repara Mário Marques.

Ao Expresso, Tiago Oliveira, presidente da Agência Integrada para a Gestão de Fogos Rurais, reforça que "o perigo meteorológico excecional torna mais provável incêndios com elevada capacidade de destruição."

E apesar da antecipação e da prontidão de mais de 14 mil operacionais, é impossível que cheguem a todos os pontos críticos.

A previsão é de que o tempo, que tanto dificulta, comece a ajudar já esta quarta-feira. Com menos calor, mais humidade, a expectativa é de que os incêndios que lavram no Norte o no Centro do país comecem a ceder, finalmente, ao combate.

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