Depois da suspensão do acordo de cereais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, acusou a Rússia de estar a chantagear o mundo.
“A Rússia está a fazer chantagem com o mundo. Esta chantagem afeta a vida de milhões de ucranianos e dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente em África e na Ásia, pessoas que enfrentam a ameaça do aumento de preços dos alimentos a da fome”, disse Dmytro Kuleba no conselho de segurança das Nações Unidas que se reuniu em Nova Iorque.
O governante ucraniano apela à países da ONU “que exijam que a Rússia retome a sua participação no acordo de boa-fé e que pare com os seus ‘jogos da fome’”.
“Diga a Rússia o que disser para desculpar o seu comportamento, por favor, notem que, ao bloquear os nossos portos, Moscovo está a aumentar a exportação dos seus cereais, incluindo os que foram roubados dos territórios ucranianos temporariamente ocupados.”
A Rússia suspendeu a sua participação no acordo de exportação de cereais pelo Mar Negro, informou o Kremlin esta segunda-feira, data limite para a renovação do acordo. O anúncio foi feito poucas horas depois de um ataque contra a ponte que liga a Crimeia à Rússia.
"O acordo do Mar Negro termina de facto hoje [segunda-feira]", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas acrescentando que "assim que a parte relativa à Rússia for satisfeita, a Rússia regressará imediatamente ao acordo".
O acordo de exportação de cereais expirou segunda-feira à meia-noite, 21h00 GMT, 22h00 de Lisboa.
Kuleba admite que ponte da Crimeia é alvo legítimo dos ucranianos
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia admite que a ponte da Crimeia, que foi atacada esta segunda-feira, é um alvo militar legítimo dos ucranianos. O governante garante que a ponte é uma construção ilegal, usada para fins militares.
Dmytro Kuleba não confirma se a Ucrânia foi o responsável pelo ataque. No entanto, Moscovo atribuiu a responsabilidade a Kiev: Vladimir Putin anunciou que o Ministério da Defesa russo vai reagir ao ataque.
Este é o segundo ataque contra a ponte da Crimeia desde o inicio da guerra.