Guerra Rússia-Ucrânia

Ministro da Defesa ucraniano elogia discurso de Roberta Metsola na Assembleia da República

A presidente do Parlamento Europeu esteve em Lisboa, na passada sexta-feira, tendo discursado na Assembleia da República. O governante ucraniano elogia a resposta dada por Roberta Metsola à líder parlamentar do PCP, Paula Santos.

MIGUEL A. LOPES

SIC Notícias

Lusa

O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznokov, elogiou o discurso que a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, fez na Assembleia da República, em Portugal.

Numa publicação de Twitter, o ministro fala num "brilhante exemplo de Roberta Metsola" a combater a hipocrisia e o “apaziguamento” e agradece o apoio da União Europeia durante a guerra.

“Brilhante exemplo de Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, combatendo a hipocrisia e o ‘apaziguamento’ com honestidade e verdade", escreveu Oleksii Reznokov. “Acreditamos na União Europeia. Valorizamos e confiamos em nós e na nossa luta pela liberdade. Iremos vencer juntos.”

O vídeo partilhado inclui parte do discurso da deputada do PCP, Paula Santos, que defendeu a necessidade de "parar de instigar e alimentar a guerra na Ucrânia e abrir vias de negociação".

Segue-se o momento em que Metsola desafiou a deputada comunista a dizer aos deputados de Kiev a posição que o partido assumiu durante o debate.

“Eu pedia-lhe para dizer o que disse aqui em frente aos membros do Parlamento ucraniano. Dizê-lo a esses membros do Parlamento, que não veem as suas mulheres durante semanas, que os filhos não podem ir à escola”, disse Roberta Metsola.

A presidente do Parlamento Europeu sublinhou ainda que este conflito não é uma questão de negociação, mas sim a necessidade da Rússia “sair do território da Ucrânia”.

PCP repudia discurso de Metsola e diz que Parlamento ucraniano é um "simulacro"

O Partido Comunista Português (PCP) respondeu à presidente do Parlamento Europeu considerando que "na Ucrânia o que existe é um simulacro de Parlamento, de cuja composição foram banidas e ilegalizadas as forças democráticas, de esquerda e progressistas".

A resposta do PCP, colocada na página do partido, surge depois da passagem de Roberta Metsola por Lisboa e da sua intervenção na Assembleia da República, na qual desafiou a deputada comunista Paula Santos a falar no Parlamento de Kiev perante os deputados ucranianos.

"O PCP rejeita e repudia as expressões de arrogância e ingerência que a presidente do Parlamento Europeu decidiu exercitar na sua passagem pela Assembleia da República", lê-se na nota, que acrescenta que "Metsola deve saber que em boa verdade na Ucrânia o que existe é um simulacro de Parlamento, de cuja composição foram banidas e ilegalizadas as forças democráticas, de esquerda e progressistas".

Para o PCP, "aquilo que [Metsola] proclama, 'falar-se livremente' nesse fórum, é uma impossibilidade", acrescentam os comunistas, para quem no Parlamento ucraniano "têm no essencial assento forças reacionárias e fascizantes, constituído a partir dum poder assente em forças de cariz nazi que não só impede o exercício do direito de opinião, como promove a prisão e o assassinato daqueles que afirmem uma opinião distinta, factos que não parecem incomodar Metsola".

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