Guerra Rússia-Ucrânia

UE apoia criação de zona de proteção na central nuclear de Zaporíjia

Intenção foi manifestada pelo chefe da diplomacia da União Europeia.

Leo Correa

Lusa

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) manifestou o seu "total apoio" para a criação de uma "zona de proteção" em redor da central nuclear de Zaporijia, na Ucrânia, após novos bombardeamentos no fim de semana.

"Apoio total" à Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) e ao seu diretor-geral, Rafael Grossi, "para trabalhar em prol da segurança nuclear e da zona de proteção ao redor" da central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, destacou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

A maior central nuclear da Europa está sob controlo das forças russas desde o início da invasão russa da Ucrânia. Moscovo e Kiev têm trocado acusações sobre a origem dos ataques ao redor do complexo ocorridos nos últimos meses.

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança referiu ainda, através da rede social Twitter, que está "muito preocupado com o último bombardeamento no fim de semana na central nuclear de Zaporijia tomada ilegalmente".

"Isto é inaceitável e este 'jogo' nuclear russo deve terminar", acrescentou o diplomata espanhol.

A AIEA divulgou que os bombardeamentos ocorridos nos últimos dias foram os mais fortes dos últimos meses, sem atribuir responsabilidade a nenhuma das partes.

Após uma inspeção realizada esta segunda-feira por vários dos seus especialistas à central, a agência nuclear da ONU considerou que, apesar dos graves bombardeamentos, a central não enfrenta "preocupações imediatas de segurança".

No entanto, o diretor-geral, Rafael Grossi, lembrou que este "é um grande motivos de preocupação, pois demonstra claramente a grande intensidade dos ataques a uma das maiores centrais nucleares do mundo".

Grossi voltou a alertar para a necessidade de ser criada uma zona de segurança ao redor do complexo.

Nos últimos meses, o argentino tem apelado a Moscovo e Kiev para que seja estabelecida uma zona de segurança nuclear ao redor da central.

No domingo, o chefe da AIEA tinha referido que os ataques à central nuclear ucraniana em Zaporíjia foram "absolutamente deliberados, direcionados", classificando a situação como "extremamente grave".

Por seu lado, o CEO da empresa estatal de energia atómica da Rússia, Alexei Likhachev, alertou esta segunda-feira para o risco de um desastre nuclear em Zaporíjia, advertindo que "será sem precedentes e que mudará o curso da história para sempre".

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