Guerra no Médio Oriente

Flotilha Global Sumud estima chegar a Gaza dentro de cinco a oito dias

A flotilha, que prevê sair das águas territoriais gregas este sábado às 9:00 GMT e entrar em águas internacionais, insistiu na "necessidade de uma vigilância mundial", devido à sua situação "crítica", face à possibilidade de se repetirem "ataques" por parte de Israel.

Stefanos Rapanis

SIC Notícias

A Global Sumud Flotilha, com 51 barcos e cerca de 500 ativistas, que partiram das costas de Espanha, Tunísia, Itália e Grécia para acabar com o bloqueio a Gaza, estimou, na sexta-feira, chegar ao território dentro de cinco a oito dias. Isto, após vários contratempos desde a sua partida, no início de setembro.

Os organizadores da flotilha informaram, através de diversas redes sociais, que se encontram a 463 milhas náuticas (857 quilómetros) de Gaza, após sofrer vários atrasos devido a "problemas mecânicos" nos barcos 'Hia' e 'Mikeno', que os obrigaram a parar nas costas gregas, onde os problemas foram resolvidos, pelo que continuam o percurso.

Além disso, a direção da missão informou que o 'Familia', no qual viajavam os membros do comité diretivo da Global Sumud Flotilha, teve na quinta-feira uma avaria mecânica e não poderá continuar a viagem, pelo que a tripulação foi realocada em outras embarcações para continuar a travessia rumo a Gaza.

A flotilha, que prevê sair das águas territoriais gregas este sábado às 9:00 GMT e entrar em águas internacionais, insistiu na "necessidade de uma vigilância mundial", devido à sua situação "crítica", face à possibilidade de se repetirem "ataques" por parte de Israel, à medida que as embarcações se "aproximam do último troço da missão humanitária".

"Risco" de "novos ataques" com armas "pesadas"

Esta quinta-feira, a organização da iniciativa já alertara para o "risco" de "novos ataques" com armas "pesadas", que "poderiam afundar as embarcações" ou, até, "matar os participantes", depois de ter recebido "informações de inteligência credíveis" sobre a possível intensificação da ofensiva israelita.

O alerta foi lançado menos de 48 horas depois de a missão ter denunciado, na madrugada de quarta-feira, "14 explosões" e voo de "drones não identificados", bem como "interferências nas comunicações", durante a sua travessia em direção à faixa palestiniana no Mediterrâneo.

Perante os reiterados alertas, os governos de Espanha e Itália enviaram embarcações para prestar apoio em caso de incidentes ou para possíveis resgates, se necessário.

Navio da Marinha espanhola acompanha flotilha

O navio de ação marítima (BAM) Furor da Marinha espanhola partiu na madrugada desta sexta-feira do porto de Cartagena (Múrcia, no leste de Espanha), "equipado com todos os meios", após várias horas de preparação e abastecimento.

Israel assegurou que não considera problemático o envio de um navio espanhol para acompanhar a Global Sumud Flotilla e, embora preveja a necessidade de uma operação de resgate, reiterou que nenhum barco entrará em Gaza, "uma zona de combate ativa".

Por sua vez, o Governo de Itália enviou duas embarcações militares para assistir os barcos da flotilha em caso de necessidade, eu funcionarão alternadamente e não em simultâneo.

O Executivo israelita propôs que a flotilha atracasse em portos de Israel, enquanto o governo italiano sugeriu fazê-lo no Chipre para descarregar a ajuda humanitária, que asseguraram levar para Gaza posteriormente, extremo que a missão rejeitou ao insistir em desembarcar diretamente na Faixa de Gaza.

 Mas a direção da Flotilha Global Sumud anunciou na sexta-feira que não vai aceitar o apelo do Presidente italiano, Sergio Mattarella, para desistir da tentativa de romper o bloqueio israelita e entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Mattarella tinha apelado à flotilha para aceitar a oferta da Igreja Católica, que propôs levar a carga até ao Chipre e depois ao Patriarcado Latino de Jerusalém, garantindo a entrega em Gaza e a segurança das pessoas a bordo, incluindo muitos cidadãos italianos.

"Não podemos aceitar esta proposta. A questão da ajuda é muito importante. Estamos prontos a considerar uma mediação, mas não a mudar de rumo, porque isso significaria admitir que se deixa um governo agir ilegalmente sem nada poder fazer", afirmou um porta-voz da direção da flotilha.

Com Lusa

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