Não há sinais de cessar fogo em Gaza. Israel só aceita as tréguas prometidas por Donald Trump se o exército ficar a controlar 40% do território palestiniano. O Hamas exige retirada total. No terreno, os combates intensificam-se. A ONU garante que entre 27 de Maio e 7 de Julho o exercito israelita matou setecentas e noventa e oito pessoas que estavam nas filas para conseguir comida.
Khan Younis é uma das cidades mártir da palestina. Localizada no sul da faixa de Gaza, junto ao Egito, Khan Younis acumula histórias de guerra. Na madrugada deste sábado, um drone disparou sobre as tendas de al-Mawasi, que Israel classificou como zona humanitária.
Morreram 10 pessoas e muitas outras ficaram feridas.
O marido de Wafa Abu Raida foi morto e as duas filhas lutam contra a morte nos cuidados intensivos. Ela escapou porque tinha ido buscar água.
57.823 mortos, 137.887 feridos em 21 meses de guerra. Israel está desde 27 maio a distribuir comida através de uma organização que controla diretamente e cuja segurança entregou a operacionais norte americanos.
A ONU, que antes desta decisão se encarregava de fazer chegar alimentos às populações mergulhadas na guerra, deu números às queixas dos palestinianos que acusam Israel de estar a transformar as filas de comida em campos de extermínio.
Na madrugada deste sábado, a Faixa de Gaza acordou ao som de diversas explosões.
Em Doha, no Qatar, onde prosseguem as negociações indiretas entre Israel e o Hamas, mediadas pelos Estados Unidos, Egito e Qatar, as divergências apenas se acentuam. Israel junta à libertação imediata dos 50 reféns, o controlo através do exército de 40%de Gaza, depois de assinadas as tréguas. O Hamas rejeita e a guerra dispara.
Quase todos dos pouco mais de 2 milhões de habitantes de Gaza que ainda sobrevivem estão deslocados. A ideia de que serão - em breve - empurrados para fora de Gaza, para que o território, paralelo ao mediterrâneo, possa ser terraplanado e transformado em resort turístico, essa ideia continua por aí a pairar.