As declarações surgem num momento em que o isolamento internacional de Israel se agrava.
Mais de um ano e meio após o início da operação militar que devastou o enclave palestiniano, Netanyahu insiste que a guerra só terminará quando as forças israelitas controlarem totalmente Gaza.
O líder israelita rejeita também qualquer negociação para a criação de um futuro Estado palestiniano, que considera inevitavelmente hostil a Israel.
“O que se passa em Gaza começa a ser difícil de justificar”, afirmaram recentemente líderes de países aliados. Em resposta, Netanyahu afirmou: "Estão do lado errado da humanidade e do lado errado da história."
Internamente, o primeiro-ministro israelita enfrenta crescente contestação e uma dependência cada vez maior dos partidos da extrema-direita para se manter no poder. Nas ruas, o descontentamento aumenta.
“Recusamos o genocídio. Estamos ao lado dos palestinianos”, afirmou Kashet Zamir, um manifestante em Telavive.
O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert juntou-se ao coro de críticas.
“Sou contra a expansão das operações militares em Gaza. Estamos a aproximar-nos de crimes, porque não há objetivo claro que justifique o custo humano. Compreendo a crítica de países amigos como o Canadá, Reino Unido ou França. Eles não são contra Israel, são contra este Governo.”
A pressão internacional também vem das Nações Unidas. António Guterres, secretário-geral da ONU, voltou a apelar ao fim imediato do bloqueio total imposto a Gaza. Para Guterres, a ajuda humanitária que entrou no território é "insignificante" face às enormes necessidades da população.
Apesar das críticas crescentes, Netanyahu mantém-se, tornando cada vez mais incerta a perspetiva de um cessar-fogo ou de uma solução duradoura para o conflito.