Após semanas de bloqueio total à entrada de bens essenciais, Telavive aliviou parcialmente as restrições, mas os efeitos no terreno são mínimos. A ofensiva militar intensifica-se, com novas ordens de evacuação no norte do território.
Desde o bloqueio imposto a 2 de março, a população de Gaza enfrenta um agravamento extremo das condições de vida. A escassez de alimentos, água potável e medicamentos fez disparar os preços dos poucos produtos ainda disponíveis, tornando-os inacessíveis à grande maioria dos habitantes.
A entrada de 500 camiões com ajuda humanitária, nas últimas horas, permitiu o reabastecimento de algumas padarias comunitárias - e pouco mais. A quantidade de alimentos que chegam agora a Gaza tem-se sido insuficiente face às necessidades de dois milhões de famílias em risco de morrer à fome.
Ao mesmo tempo, o exército israelita continua a avançar no terreno. Esta quarta-feira, foram emitidas novas ordens de evacuação para 14 bairros no norte de Gaza. Mais de 80% da população do território já está deslocada.
Numa rara declaração pública, o primeiro-ministro israelita reiterou que a guerra continuará até que todos os reféns sejam libertados, o Hamas seja erradicado e Gaza esteja sob controlo militar de Israel. Também garantiu ter o apoio incondicional de Donald Trump - uma afirmação feita num momento em que parte da comunidade internacional endurece o discurso, com exigências de um cessar-fogo imediato e negociações para a paz.