Em Jerusalém, os familiares dos reféns do Hamas expressaram ao primeiro-ministro Netanyahu o descontentamento pelo acordo proposto de tréguas na Faixa de Gaza. Manifestaram-se contra as negociações que só incluem, numa primeira fase, a libertação de mulheres, idosos e doentes.
No norte de Gaza, continuaram esta terça-feira os bombardeamentos israelitas. Os sobreviventes apenas desejam o fim da guerra.
Os mediadores admitem que as negociações entraram já na fase final e poderá ser anunciado a qualquer momento um cessar-fogo. O Governo israelita diz que a responsabilidade é agora do Hamas.
“Sim, há progressos reais e contínuos. Sim, este é também um momento delicado. E talvez quando menos disser, melhor. E sim, estamos a aproximar-nos, mas ainda não está concluído. O Hamas ainda não respondeu”, diz o porta-voz do Governo israelita, David Mencer.
O Qatar, o Egito e os Estados Unidos são os mediadores das negociações. Na última semana, na Casa Branca, o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o secretário de Estado, Antony Blinken, mostram-se otimistas sobre a assinatura de um acordo.
Como funcionaria o acordo?
Fontes ligadas às reuniões do Qatar revelaram já outros pormenores do esboço do acordo.
Após a libertação de 33 reféns, arrancam as negociações para a segunda fase e para a entrega dos outros cativos - homens mais jovens e militares capturados pelo Hamas.
Em contrapartida, Israel compromete-se a libertar mais de mil prisioneiros palestinianos, alguns condenados a prisão perpétua. Ficam de fora os detidos pelos ataques de 7 de Outubro.
O cessar-fogo prevê o reforço significativo da ajuda humanitária no enclave e uma retirada faseada das tropas israelitas, que ficarão destacadas na área fronteiriça.