O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou ao país, dois dias depois, da decisão do primeiro-ministro de manter, contra a vontade do chefe de Estado, o ministro João Galamba no Governo.
Nas suas declarações, o chefe de Estado arrasou a decisão de António Costa em relação a João Galamba, mas afasta a dissolução: "Os portugueses dispensam esses sobressaltos".
O secretário-geral do PSD afirmou que o partido se revê na leitura feita pelo Presidente da República da situação política, respeita as conclusões do chefe de Estado e avisa que culpa de instabilidade será do Governo.
“Este é um Governo que perde a sua confiabilidade. O Executivo fragilizou-se na sua autoridade e credibilidade. Nós respeitamos as conclusões a que senhor Presidente da República chegou: é necessário um reforço da vigilância a este Governo”, declarou Hugo Soares.
O social-democrata referiu que se existir instabilidade política, o calendário eleitoral poderá ser antecipado, culpando o primeiro-ministro e o Governo, caso isso aconteça.
“É muito importante que os portugueses saibam que se o calendário eleitoral vier a ser antecipado em Portugal ou seja se houver instabilidade política por força de umas eleições antecipadas. Essa instabilidade deve-se única e exclusivamente do primeiro-ministro e do Governo”, acusou.
À SIC, Hugo Soares referiu que as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa não foram um recado para o Executivo.
“Isto não foi um recado do Presidente da República, foi uma mensagem muito clara ao país e Governo”, concluiu.
Questionado se o Governo e o ministro das Infraestruturas devem tirar outras conclusões da declaração ao país de Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário-geral do PSD lembrou que, na quarta-feira, o presidente do partido, Luís Montenegro, considerou que, na carta de demissão que enviou ao primeiro-ministro, João Galamba já tinha "apresentado todas as razões" para deixar o Governo.
"O Presidente da República foi claro, apelou até à sensatez, o ministro João Galamba está sempre a tempo de sair do Governo, mas aparentemente o primeiro-ministro continua a não querer", disse.
O dirigente social-democrata rejeitou, por outro lado, que o PSD tenha de acelerar o seu calendário interno.
"O PSD não tem de acelerar nem desacelerar o seu calendário interno, o PSD disse e repete que é pela estabilidade política, se houver eleições é pela inércia e falta de confiança do Governo e está preparado para eleições quando elas tiverem de acontecer", disse.