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Silêncio dos "inocentes": Costa e Galamba saem de Braga sem referir polémica

O primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas apareceram no distrito de Braga, com o resto do Executivo, sem declarações a fazer sobre a polémica que tem marcado os últimos dias. António Costa só referiu os futuros projetos que tem para o distrito e Galamba resignou-se ao completo silêncio.

ESTELA SILVA/LUSA

Maria Madalena Freire

SIC Notícias

Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, escusou-se esta quinta-feira a falar do "caso Galamba" e da declaração do Presidente da República anunciada para esta noite, limitando-se a "marcar encontro" para 19 de dezembro de 2024 para uma inauguração em Barcelos.

“Não vale a pena fazermos esta correria toda, eu já disse o que tinha a dizer, já falei aqui sobre esta obra que está em curso sobre o IPCA, agora até à próxima”, respondeu o primeiro-ministro.

No final de uma visita às obras de uma residência de estudantes em Barcelos, António Costa mostrou-se descontraído e confiante, tal como o Presidente da República na quarta-feira, quando foi jantar fora do Palácio de Belém para “sondar a sua popularidade” com o povo, acautelar os jornalistas e ainda para ir comer um gelado.

Questionado sobre um eventual encontro com o Presidente da República, Costa contrapôs que já tem encontro marcado para 19 de dezembro, em Barcelos, para inaugurar uma residência universitária e um centro de investigação do Instituto Politécnico do Cávado e Ave.

O silêncio dos “inocentes”


Da mesma forma, o ministro João Galamba abandonou esta quinta-feira o Conselho de Ministros ao inicio da tarde, em Braga, sem fazer declarações, nem responder às perguntas dos jornalistas.

O silêncio tem reinado entre as mais altas figuras de Estado, desde da conferência de imprensa de João Galamba. O primeiro-ministro só apareceu dia 30 de abril, numa curta entrevista com a RTP, mas onde não esclareceu como ia proceder após os sucedidos a 26 de abril e o que se desenrolou e descontrolou até dia 28.

Já o Presidente da República, quando marcou presença na Ovibeja no dia 29 de abril, também nada avançou, esclarecendo que só iria falar após apurar os factos com o primeiro-ministro - algo pouco usual para Marcelo Rebelo de Sousa.

Apenas esta quarta-feira, dia 3 de maio, Marcelo saiu do Palácio de Belém e conversou com os jornalistas, pediu tranquilidade e garantiu que iria “falar a seu tempo”.

A Presidência da República anunciou que Marcelo Rebelo de Sousa fará às 20:00 desta quinta-feira uma declaração ao país sobre o caso.

O porquê do silêncio?

Nos últimos dias, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, tem estado envolvido numa polémica com o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, demitido há uma semana, sobre informações a enviar à Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP.

O caso envolveu denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil com informações classificadas, já depois de ter sido demitido.

A polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS) na recuperação desse computador.

Na terça-feira, João Galamba pediu demissão, mas o primeiro-ministro não aceitou o pedido, mantendo-o no Governo.

No mesmo dia, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou discordância em relação à decisão de António Costa.

A Presidência da República anunciou que Marcelo Rebelo de Sousa fará às 20:00 desta quinta-feira uma declaração ao país sobre o caso.

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