Queda do BES

Ricardo Salgado não fala sobre o BES até auditoria do BdP e PWC estar concluída

Ricardo Salgado emitiu um comunicado a dizer que não vai pronunciar-se sobre as contas e o desfecho do BES ate à conclusão do relatório da auditoria forense feito pelo Banco de Portugal e PWC. O ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, vai pronunciar-se sobre a intervenção do Estado no banco após a auditoria forense e quando "o tempo e o contexto permitirem uma análise objetiva e serena".

O BES, que era liderado até há pouco mais de um mês por Ricardo Salgado, registou um resultado líquido negativo de 3577,3 milhões de euros entre janeiro e junho
Tiago Petinga

Em comunicado enviado hoje, fonte oficial do ex-banqueiro afirma que  Ricardo Salgado está a aguardar "pelas conclusões do relatório da auditoria  forense realizada às contas do Banco Espírito Santo" que está a ser feita  pelo Banco de Portugal. 

A mesma fonte refere que o líder histórico do banco reserva para o fim  desse processo o "direito de se pronunciar sobre as mesmas". 

A mesma fonte indica que, só então, "quando o tempo e o contexto permitirem  uma análise objetiva e serena do que precipitou a queda abruta do valor  do BES e a consequente intervenção do Estado", é que Ricardo Salgado se  vai pronunciar "sobre o que, na sua perspetiva, provocou esta crise e o  seu desfecho". 

O BES apresentou no primeiro semestre prejuízos de quase 3,6 mil milhões  de euros. 

Poucas horas depois, o Banco de Portugal disse que a auditoria forense,  que já está em curso e que deverá estar concluída em setembro, vai permitir  "avaliar responsabilidades individuais", entre as quais as de Ricardo Salgado.

Caso se confirme que foram praticados ilícios, garantiu o Banco de Portugal, "serão extraídas as necessárias consequências em matéria contraordenacional  e, porventura, criminal". 

O BES, tal como era conhecido, acabou este fim de semana. O Banco de  Portugal tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo  e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num  'banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos num 'banco mau' ('bad bank'). 

Lusa 

Últimas