Catarina Martins fará parte do leque de candidatos a Belém, confirmou a eurodeputada numa carta enviada aos militantes do Bloco de Esquerda, esta quarta-feira.
No texto consultado pelo SIC Notícias, a bloquista começa por reconhecer que a "solidariedade e é uma grande força de Portugal" e que "há quem queira negar com essa força".
"Aqueles que escolhem o insulto em vez do argumento e que semeiam o ressentimento para tolher a esperança. Nunca como hoje sentimos o perigo desta rampa deslizante; não é uma questão de franjas da população nem mesmo de uma bancada parlamentar ruidosa. A voz da selvajaria está no centro da decisão política e a contaminar as instituições", escreveu.
A atual conjuntura política, de acordo com a ex-deputada, “não é uma repetição do passado”, mas sim algo “novo e eficaz”, que “exige a nossa indignação, imaginação, coragem e ação”. "Sem hesitações, eu quero ajudar a mudar já os termos do debate em Portugal", completa.
Depois de mencionar que a "degradação a que assistimos não pode ser normalizada nem desvalorizada", a antiga coordenadora do BE garante estar empenhada "em centrar o debate político na exigência da dignidade do trabalho, no direito à habitação, no apoio nas diferentes etapas da vida, no acesso à saúde, à educação e à cultura e no combate a todas as desigualdades e discriminações, em serviços públicos de qualidade".
Diz também ser urgente "popularizar a democracia" e enfrentar os "poderes que se movem na sombra", ao mesmo tempo que defende um futuro assente na transição climática, "com um novo modelo de economia, um território vivo e coeso e uma nova credibilidade interna e externa".
Acerca dos conflitos que afetam várias regiões do globo, considera que Portugal pode ser determinante na luta pela defesa do direito internacional, sempre sem "duplos critérios nem transigências de conveniência".
"Apresento a minha candidatura presidencial com estas urgências. Uma candidatura inspirada na nossa força solidária, que faz pontes, que ouve e aprende com quem constrói Portugal todos os dias, E, claro, com a combatividade da mulher que sou. A minha candidatura coloca no centro o cuidado. Quero cuidar da democracia, cuidar dos bens comuns, cuidar da Paz. Cuidar da igualdade e da liberdade. Juntar forças para devolver a confiança da democracia", remata.
Candidata tinha deixado porta da candidatura entreaberta
Há pouco mais de uma semana, Catarina Martins já tinha admitido que estava a ponderar avançar com uma candidatura, que seria uma alternativa para quem "não tem em quem votar".
"Tenho falado com muita gente que me diz que não tem em quem votar. E que sente que não pode ficar de fora das [eleições] presidenciais. A capacidade de haver novos diálogos, novas respostas, novas formas de colocar os problemas. E eu estou disposta a fazer esse caminho", disse á comunicação social no passado dia 30.
Para além da eurodeputada, são ainda candidatos António José Seguro, Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes, António Filipe, Joana Amaral Dias, João Cotrim de Figueiredo e André Pestana