É uma das últimas polémicas a envolver o Ministério da Saúde. A demissão do CEO António Gandra d’Almeida levou o primeiro-ministro e a ministra da Saúde a sacudirem para o anterior governo as responsabilidades das incompatibilidades do médico no período em que esteve à frente do INEM do Norte. Esse período coincide com o tempo em que Marta Temido era ministra da Saúde, mas a agora eurodeputada garante que não conhecia o escolhido de Ana Paula Martins.
"Há 150 mil funcionários do SNS, não é possível que se saiba a situação de cada um”, explica no Facto Político lamentando que o governo não tenha dito antes que a seleção “não correu bem”. “Acho muito feio apontar o dedo a alguém”.
Pedro Nuno Santos e a imigração: “Devia ter usado outras palavras”
Ao longo da entrevista à SIC Notícias, Marta Temido tenta defender o Secretário-Geral do coro de críticas que têm aparecido depois de ter reajustado o discurso sobre imigração. “Aquilo que Pedro Nuno Santos disse é que precisamos de uma política de imigração regulada e virada para a integração”, mas diz que “devia ter usado outras palavras”. Marta Temido explica que “houve algumas palavras que geraram desconforto, às vezes as palavras que usamos não são felizes”.
A antiga ministra da Saúde também foi uma das vozes críticas quando o governo decidiu extinguir a manifestação de interesse para os imigrantes que se querem legalizar em Portugal, acredita que “terá tido algum efeito de chamada” e que por isso precisa de ser substituída: “Revogar a manifestação de interesse sem ter outro instrumento, é um vazio, não é nada”. Numa altura em que o líder do PS ainda não definiu essa alternativa, lamenta a “má gestão do tempo do anúncio desse instrumento de substituição. Se em vez de ter surgido a dizer que iria apresentar um novo instrumento o tivesse apresentado logo, o secretário-geral estaria mais protegido”.
António José Seguro é um bom candidato para o PS? Precisamos de um nome “menos afável”
É mais um dos dossiers difíceis de gerir para o Secretário-Geral do Partido Socialista. Desde que Mário Centeno resolveu abandonar a corrida, a luta tem estado essencialmente entre dois nomes: António José Seguro e António Vitorino. Marta Temido já fez saber que prefere um terceiro: Augusto Santos Silva. Mas quando a pergunta é sobre o antigo Secretário-Geral do PS, a resposta parece clara: “O momento em que estamos exige uma grande capacidade de se ser assertivo, incisivo, menos consensual e menos afável”.