Facto Político

Mariana Mortágua: “Protocandidatos do PS reforçam necessidade de outra candidatura à esquerda”

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) foi a entrevistada do Facto Político, onde tirámos os possíveis candidatos presidenciais e analisámos a falta de comparência do Partido Socialista (PS) em Lisboa e da Aliança Democrática (AD) no Porto.

Diogo Teixeira Pereira

Na vasta lista de possíveis candidatos presidenciais, nenhum encaixa no perfil que Mariana Mortágua tem para as eleições do próximo ano. Em entrevista no Facto Político, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), diz que “a cada nome que aparece, aumenta a necessidade de um candidato forte que a esquerda possa apresentar”. No rol de críticas, há um destaque especial: António José Seguro, o antigo secretário-geral do PS que “acha que não devemos votar o orçamento, que acha que a lei principal das democracias passa a ser dispensável”.

É um assunto que não mereceu conversas entre a líder do Bloco e o líder do Partido Socialista, conversas só com o Livre e com vista às eleições autárquicas. Neste dossier, Mortágua revela que as conversas com Rui Tavares têm chegado à conclusão de que precisam de “inovar e que possa ser diferente do centrão” e de Carlos Moedas, “o pior presidente que vimos em muitos anos”.

IVG: “É perfeitamente compreensível que as pessoas perguntem porque é que é este o timing”

O Partido Socialista (PS) decidiu relançar o debate em torno da Interrupção Voluntária da Gravidez e o Bloco de Esquerda decidiu apresentar uma proposta para tornar mais abrangente este direito que existe desde o referendo de 2007.

Mariana Mortágua admite que é “perfeitamente compreensível que as pessoas perguntem porque é que é este o timing”, uma vez que a composição atual do parlamento torna muito difícil qualquer alargamento da medida, no entanto garante que “o bloco tem vindo a trazer este problema a público, incluindo durante o governo do PS, mas o PS foi ignorando”.

No dia em que vai participar numa manifestação com o mote “Não nos encostem à parede”, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) fala também sobre violência policial para dizer que “há fenómenos de discriminação e de racismo com as pessoas mais pobres, mais racializadas”.

Mas “o problema do Martim Moniz não está relacionado com a polícia, está relacionado com a instrumentalização da polícia”.

“Não íamos tolerar que isto acontecesse na Avenida de Roma ou na Avenida da Liberdade”, sublinhou Mariana Mortágua.
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