Facto Político

Marina Gonçalves: IRC serviu para “tentar trazer uma nova crise política para cima da mesa”

Deputada do Partido Socialista diz que a “infantilidade e irresponsabilidade” do PSD serviu para criar um Facto Político que tentasse “desviar atenções” dos assuntos da governação.

Diogo Teixeira Pereira

O programa Facto Político está de regresso à SIC Notícias. Todos os sábados, o jornalista Diogo Teixeira Pereira conversa com personalidades da política portuguesa e analisa o panorama nacional.

Durante quatro horas o país político teve uma sensação de dejavu. Com o PS a assumir nos bastidores que tinha intenção de votar contra a redução de um ponto percentual no IRC que o governo inscreveu no Orçamento do Estado, PSD e CDS tiraram um coelho da cartola e puseram em cima da mesa uma proposta que trazia de volta a redução de dois pontos percentuais que estava nos planos iniciais do governo.

Em entrevista no Facto Político da SIC Notícias, a deputada socialista Marina Gonçalves assume que a iniciativa dos partidos da coligação a surpreendeu “pela postura de irresponsabilidade e de imaturidade”. 

A surpresa fez Pedro Nuno Santos tornar público que, afinal, os socialistas iam dar luz verde à redução de um ponto percentual no IRC. Apagava-se assim um fogo que se antevia que pudesse afetar a estabilidade política, pondo o país a falar de novo em eleições antecipadas. 

Marina Gonçalves não nega que a ideia dos socialistas era travar a redução do IRC, mas “tendo em conta que se avizinhava uma nova fase de instabilidade, achámos que os portugueses merecem mais de nós”. Colocada a pedra em cima do assunto pelo Secretário-geral, restam os adjetivos para classificar a atuação dos partidos que suportam o governo: “infantilidade e irresponsabilidade”. Foi uma “tentativa de desviar atenções”, mas “o adulto na sala foi o Partido Socialista”.

Oposição interna? De todo.

O regresso de António Costa às lides domésticas, com um artigo em que pretende “defender a honra do PS”, não merece grandes comentários por parte da ex-ministra da Habitação (justamente num governo liderado pelo antigo Primeiro-ministro). Já as aparentes movimentações no que parece ser uma oposição interna a Pedro Nuno Santos, são desvalorizadas: “O PS está muito unido na oposição ao governo”.

No caminho autárquico, parecem começar a definir-se dois nomes para a candidatura a Lisboa: Alexandra Leitão e Mariana Vieira da Silva: “as duas farão um bom papel em qualquer função que desempenhem”.

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