Europeias 2024

Clima de festa no BE, alívio na CDU, PAN e Livre não conseguem eleger

O BE passa de terceira força política nas europeias para quinta, mas recusa falar em derrota. Depois de uma campanha conturbada, a CDU perde milhares de votos e um mandato. É o pior resultado de sempre em europeias.

Catarina Coutinho

Os votos no Livre e no PAN não foram suficientes para conseguir mandatos no Parlamento Europeu. Bloco de Esquerda e CDU conseguiram apenas um eurodeputado. No Bloco de Esquerda, o clima foi de festa, ainda que a representação parlamentar tenha ficado reduzida a metade.

"Assim como aconteceu nas legislativas, resistimos", disse a líder do partido, Mariana Mortágua.

"Numas eleições que, como sabíamos, eram muito difíceis, e num momento complicado em toda a Europa, o Bloco de Esquerda mantém representação no Parlamento Europeu", afirmou a cabeça de lista, Catarina Martins.

O BE passa de terceira força política nas europeias para quinta, mas recusa falar em derrota. Agora com o lugar no Parlamento garantido, Catarina Martins diz ao que vai.

"Aqui está quem nunca hesita e sabe sempre estar contra o invasor e do lado dos povos que procuram a sua autodeterminação, seja na Ucrânia, seja na Palestina. Não aceitamos o Pacto das Migrações e a vergonhosa criminalização da imigração, da mesma forma que não aceitaremos nenhum recuo nas liberdades e nos direitos das mulheres ou de ninguém."

No quartel-general da CDU, a "Carvalhesa" e o alívio só chegaram ao final da noite, com a eleição de João Oliveira.

"A confirmação da eleição do deputado da CDU para o Parlamento Europeu reveste-se de particular significado, ainda que não corresponda ao que seria necessário para uma maior expressão da defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e de Portugal", disse o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo.

Depois de uma campanha conturbada, a coligação perde milhares de votos e um mandato. É o pior resultado de sempre em europeias.

"O voto na CDU nestas eleições para o Parlamento Europeu é de facto um voto de quem conseguiu ver para lá da cortina de fumo, de quem conseguiu ir para lá das manipulações, da promoção do preconceito, da mentira utilizada, e particularmente nos últimos dias de campanha", disse o cabeça de lista, João Oliveira.

O Livre mais do que duplicou o número de votos, em comparação com 2019, mas não chegou para eleger.

"Quero assumir essa derrota. É verdade que nunca estivemos tão próximos de eleger para o Parlamento Europeu. Temos a certeza, como partido europeísta que somos, que dá a estas eleições uma importância muito grande, que isso acontecerá, que o Livre se está a afirmar, a crescer", defendeu o líder do partido, Rui Tavares.

Já o cabeça de lista, Francisco Paupério, disse que "temos a certeza que daqui a cinco anos o Livre vai estar representado no Parlamento Europeu".

Também não foi desta que o PAN recuperou o lugar.

"Partimos para estas eleições procurando resgatar um lugar que nos foi, de alguma forma, tirado em 2020 no Parlamento Europeu. Sabíamos que era muito difícil conseguir alcançar esse mesmo objetivo", declarou a porta-voz Inês Sousa Real.

Últimas