O secretário-geral do Partido Socialista assumiu este domingo a derrota nas eleições legislativas, recusando-se a deixar o país em suspenso durante duas semanas até serem conhecidos os resultados do círculo das comunidades. Pedro Nuno Santos comprometeu-se a renovar o partido e a recuperar os portugueses que estão descontentes com o PS.
Pedro Nuno Santos disse que o partido trabalhará ao longo dos próximos meses - corrigindo depois a expressão para “futuro” - para voltar a conquistar todos os que estão descontentes. “O nosso caminho começa agora, hoje”, afirmou, acrescentando uma citação de Mário Soares: “Só é vencido quem desiste de lutar”.
O líder socialista admitiu que a diferença entre a Aliança Democrática e o Partido Socialista é “tangencial”, um resultado que, segundo disse, não se perspetivava em qualquer sondagem ou projeção à boca das urnas. Todavia, considera que será “muito improvável” que o círculo das comunidades venha a compensar o resultado conhecido hoje, preferindo “reconhecer aquilo que será mais provável que se venha a confirmar”.
Em resposta às questões dos jornalistas, já no fim do discurso, o secretário-geral socialista não falhou à palavra e manteve aquilo que disse ao longo da campanha relativamente à viabilização de um governo do PSD.
“Sempre dissemos que não queríamos nenhum impasse constitucional, a não ser que se conseguisse apresentar uma maioria alternativa. Não obstaculizaremos a formação de um governo, não aprovaremos moções de rejeição”, declarou.
Pedro Nuno Santos afirmou que o partido está unido e coeso e que, por isso, não cederá a pressões para aprovar orçamentos de direita, colocando-se no papel de líder da oposição - função essa que avisou, desde já, que não vai deixar André Ventura assumir.
“A direita que não conte com o Partido Socialista para governar. Que fique claro, não vai haver divisão no PS”, acrescentou, referindo que o projeto socialista não é compatível com o do PSD.
Pedro Nuno Santos afastou ainda uma união dos partidos de esquerda, alegando não ter maioria para conseguir apresentar uma alternativa a um governo de direita.