O padre Mário Rui Pedras das Igrejas de São Nicolau e de Santa Maria Madalena foi afastado pela diocese de Lisboa por suspeitas de abusos sexuais. Apontado como orientador espiritual de André Ventura, o líder do Chega, diz estar a ser alvo de uma "calúnia e monstruosa difamação".
Mário Rui Leal Pedras, padre há 41 anos, deixa agora o exercício público do Ministério nas igrejas de São Nicolau e de Santa Maria Madalena, em Lisboa.
É um dos quatro sacerdotes afastados pelo patriarcado, porque o nome consta da lista entregue pela Comissão Independente que recolheu dados sobre os Abusos Sexuais de crianças na Igreja Católica.
Contactado pela SIC, o padre suspeito diz que não faz qualquer comentário ou declaração enquanto decorrem as diligências relacionadas com o processo. Ainda assim, numa mensagem enviada aos paroquianos explica que foi vítima de uma "denúncia anónima" cujas "imputações são totalmente falsas".
Além disso, aponta que não foi dada qualquer indicação sobre "o local onde os falsos abusos teriam sido perpetrados" e a denúncia também "não fornece qualquer pista para levar a cabo uma investigação".
Ainda na mensagem, o padre Mário Rui Leal Pedras assegura que não fez "o que quer que fosse de censurável, seja pelo prisma de lei canónica, pelo prisma da lei civil ou da ética comportamental".
Diz que aceita o afastamento preventivo "com uma sensação dolorosa de enorme injustiça" fala numa "monstruosa difamação", mas acrescenta que "quem não deve não teme" e que vai fazer tudo "para que a verdade seja reposta e para que nenhuma dúvida sobreviva".
À saída da missa, esta quinta-feira, os fiéis com quem a SIC falou dizem não acreditar nas suspeitas, mas que a suspensão faz sentido, enquanto houver dúvidas.
O padre Rui, como é conhecido entre os fiéis, é apontado como orientador espiritual de André Ventura. O líder do Chega diz estar chocado com a acusação.