Várias empresas do setor têxtil estão em dificuldades. O grupo Polopiqué, em Santo Tirso, vai fechar duas unidades de produção e despedir perto de 300 trabalhadores. Já em Guimarães, uma fábrica suspendeu a atividade devido ao corte do gás. Uma centena de funcionários está com salários em atraso.
O trabalho está suspenso desde 24 de junho devido ao corte de gás por falhas no pagamento. Não é a primeira vez, mas nunca a Stampdyeing fechou por tanto tempo.
Os quase cem trabalhadores continuaram a aparecer para cumprir horário até ao dia 14 de agosto, altura em que foram de férias, sem receberem o subsídio e o salário de julho.
É suposto retomarem o trabalho na próxima quarta-feira. Entretanto, a empresa apresentou ao tribunal um processo especial de revitalização.
A menos de 20 quilómetros desta fábrica em Guimarães está a sede do grupo Polopiqué, em Santo Tirso. Um gigante do têxtil que anunciou que vai fechar duas unidades de confeção de vestuário e tecelagem e assim dispensar 274 funcionários.
Em causa está a necessidade de restruturação da dívida e de concentrar o negócio nas unidades com maior rendimento.
Em comunicado, a empresa assegura que todos os direitos dos trabalhadores estão salvaguardados. E adianta que vai reforçar a subcontratação para manter os elevados padrões de qualidade.
A raiz dos problemos do setor
O setor têxtil vive momentos complicados desde a pandemia. Para além da quebra no consumo, e, portanto, na procura, as empresas estão a ser afetadas pelos produtos chineses que inundaram a Europa.
As associações pedem medidas urgentes à União Europeia, que acusam de estar a adiar um problema que pode afundar o têxtil nacional.
O aumento das tarifas norte-americanas vai ainda afetar alguns segmentos do têxtil que pagavam pouco ou nada para exportar para os Estados Unidos. Agora vão ficar sujeitos à taxa de 15%.