A fábrica têxtil Temasa, em Marco de Canaveses, apresentou insolvência e dispensou perto de 70 trabalhadores. O proprietário diz que ficaram sem encomendas, mas os funcionários falam numa estratégia para esvaziar a empresa através de violência psicológica e assédio laboral.
Ao fim de 39 anos, penduraram as fardas e uma faixa que, para a maioria, resume a história da Temasa, que chega agora ao fim: “39 anos de trabalho. Dois anos de tortura e violência psicológica”, lê-se na tarja.
À Autoridade para as Condições de Trabalho, os trabalhadores fizeram várias queixas por assédio laboral desde que o proprietário nomeou uma nova chefe de produção.
À indignação junta-se um sentimento de urgência em esclarecer o processo que levou a este desfecho.
Os 66 funcionários, a maioria mulheres, ficaram a saber na segunda-feira que a empresa têxtil ia encerrar. Os problemas já começaram em agosto do ano passado e, atualmente, têm em atraso o subsídio de Natal e metade do salário de janeiro.
O proprietário, Andreas Falley, que comprou a Temasa há cinco anos, recusou gravar entrevista com a SIC. Disse apenas que foi a falta de encomendas que levou ao pedido de insolvência e que, agora, aguarda a nomeação de um administrador para o processo.