Várias pessoas deixaram de receber no início do ano o apoio extraordinário à renda de casa. Outras tiveram cortes brutais no valor recebido e sem qualquer aviso ou explicação. A ajuda tinha sido atribuída a mais de 200 mil pessoas com taxa de esforço superior a 35%.
Dos 200 euros que recebia, este mês vai receber apenas 67. Também sem qualquer alteração no salário e com o mesmo contrato de arrendamento. Outra pessoa diz que teve, em janeiro, um corte de 50% no apoio extraordinário à renda.
Há dezenas de casos assim relatados nas redes sociais. Pessoas que desde o início do ano tiveram cortes significativos no apoio. Há mesmo quem já saiba que este mês não vai receber nada.
É o caso de um senhor que, num email enviado à SIC, explica que depois de ver os comentários nas redes sociais contactou a segurança social para saber se lhe iria acontecer o mesmo. Disseram-lhe que este mês não vai receber nada. Não explicam porquê, dizem apenas que não há ordem para pagamento.
As várias pessoas afetadas, contactadas pela SIC, não quiseram gravar. Têm dificuldades económicas, algumas desempregadas ou pensionistas a receber muito pouco. Não querem expor a situação vulnerável em que se encontram. Todas elas dizem ter tentado por todos os meios perceber o que se passa, mas sem sucesso.
A SIC também contactou segurança social, que remeteu para o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que não respondeu às perguntas da SIC, nem o Ministério das Infraestruturas, que tem a tutela do instituto.
Que apoio é este?
No final do ano passado, das mais de 200 mil pessoas que recebiam o apoio, cerca de 50 mil perderam o direito a esta ajuda, sobretudo, devido ao fim dos contratos de arrendamento. Este apoio só é atribuído a contratos celebrados até 15 de março de 2023.
Não terá sido o caso das pessoas que agora se queixam de não estar a receber.
A ajuda foi criada pelo Governo anterior devido ao aumento expressivo das rendas. É atribuída de forma automática. Tem o valor máximo de 200 euros e é atribuído a pessoas com uma taxa de esforço igual ou superior a 35%.
O Orçamento do Estado para 2025 previa mais 300 milhões de euros este anopara o pagamento dos apoios.