O debate do Estado da Nação ficou marcado pela intenção do Governo em descer o IRC. O primeiro-ministro acredita que a receita fiscal vai subir mesmo com a descida do imposto e garante que a medida não vai beneficiar só as grandes empresas.
Luís Montenegro chegou preparado para denunciar o que diz serem "arranjos oportunistas" entre partidos para bloquear o trabalho do Governo.
"Se alguém ousasse ter dito antes das eleições que o Chega ia levar o partido Socialista às cavalitas e o partido Socialista se agarrar às costas do Chega para ambos governarem a partir do Parlamento, toda a gente diria que é uma loucura, mas essa é uma realidade".
Mas o PS acusou o toque e sugeriu ao primeiro-ministro ter mais "humildade" após "a derrota nas eleições Europeias".
O Chega também não deixou passar a provocação. André Ventura disse que o Governo vive obcecado com a ideia de voltar a eleições:
"Acorda a pensar em moções de censura, deita-se a pensar em moções de censura".
IRC
Mas o tema que dominou o debate foi a descida de impostos para as empresas. O primeiro-ministro lembra que em 2014 o IRC também baixou e que levou a um aumento das receitas.
O secretário-geral do PS desafiou o primeiro-ministro a repensar com os socialistas "a estratégia e política para o IRC", tendo Luís Montenegro manifestado disponibilidade para o diálogo caso Pedro Nuno Santos tenha "confiança no tecido económico".
O Governo esgotou o tempo de intervenção logo na primeira ronda. Excecionalmente, e a pedido do PSD, os partidos cederam, no total, mais 10 minutos a Luís Montenegro para responder no Parlamento.