Economia

Salário médio dos portugueses até subiu em 2023, mas não o suficiente para compensar inflação

Quais foram os setores com maior aumento de salários? E o fosso entre homens e mulheres aumentou? Os números mostram que, no ano passado, o salário médio dos portugueses subiu, mas não o suficiente para compensar o aumento da inflação.

Ricardo Venâncio

Samuel Vaz Filipe

Em 2023, o salário médio dos portugueses que trabalham por conta de outrem subiu 30 euros. Ainda assim, não compensou o aumento da inflação. Para isso, era preciso ter crescido mais de 43 euros. Os números mostram ainda que aumentou o fosso salarial entre homens e mulheres, em Portugal.

No ano passado o salário médio dos trabalhadores por conta de outrem atingiu os 1.041 euros, um aumento de quase 3% face a 2022 e que correspondeu a 30 euros.

No entanto, a a inflação foi de 4,3%. E por isso, segundo as contas do jornal ECO com base em dado do Instituto Nacional de Estatística, para compensar o aumento dos preços o vencimento médio deveria ter sido de 1.054, 47€.

Na verdade, seria necessário que o salário após impostos e descontos tivesse crescido mais 13,5€ para garantir o mesmo poder de compra.

As remunerações médias líquidas tiveram, assim, um crescimento bem menor do que os quase 8% brutos de aumento do salário mínimo nacional, o que significa ainda que a diferença entre a remuneração mínima e o salário médio líquido desceu 43€ ao comparar 2011 e o ano passado.

Onde cresceu mais?

Em 2023, quem acabou por ver o salário líquido a crescer mais foram os elementos das forças armadas, cujas remunerações cresceram 103 euros, 8,76%. Por mês, ganham agora 1279 euros.

Operadores de instalações e máquinas, agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, pesca e florestas completam o pódio, com subidas mais altas do que a inflação.

Professores e médicos, que muito têm contestado, viram os salários crescer em linha com a inflação.

Já os grupos que viram a inflação a eliminar quase por completo os aumentos foram os gestores de topo e os representantes do poder legislativo, ainda assim ganham mais do dobro do salário médio dos trabalhadores não qualificados.

Entre os dados recolhidos pelo jornal ECO, foi ainda registado um aumento do fosso salarial entre homens e mulheres, que se agravou em 13 euros. É agora de 179 euros mensais líquidos.

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