Economia

Crédito à habitação: prestação média atinge valor mais alto desde que há registo

A taxa de juros implícita registou uma nova subida em novembro, alcançando a percentagem mais alto desde março de 2009. Segundo dados do INE, mais de 60% do valor da prestação média corresponde ao pagamento de juros.

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Filipa Traqueia

A prestação média paga pelos portugueses com crédito à habitação atingiu, em novembro, o valor mais alto desde que há registo. O valor da taxa de juro implícita também subiu no mês passado, tendo alcançado o valor mais elevado desde março de 2009.

Dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) avançam que a prestação média paga pelos portugueses fixou-se “em 396 euros em novembro”, o que também representa uma “valor máximo desde o início da série (janeiro de 2009)”. Este valor representa uma subida de quatro euros em relação a outubro e de 108 euros em relação ao período homólogo de 2022.

Quando se analisam os novos contratos, “o valor médio da prestação subiu 11 euros face ao mês anterior, para 655 euros em novembro”.

A subida do valor médio está associada ao crescente aumento das taxas de juro. Em novembro, ”a parcela relativa a juros representou 61% da prestação média”, avança ainda o INE, o que representa mais do dobro do valor pago em novembro de 2022 (29%).

O valor da taxa de juro implícita – que reflete os juros totais vencidos no mês de referência e o capital em dívida (antes da amortização do mês) – atingiu, em novembro, os 4,524%, o que significa “uma subida de 9,1 pontos base face ao mês de outubro (4,433%)”.

No que toca aos novos contratos, celebrados nos últimos três meses, o valor da taxa de juro implícita “desceu pela primeira vez nos últimos 20 meses”: passou de 4,380% em outubro para 4,366% em novembro.

O INE avança ainda que o capital médio em dívida para a totalidade dos créditos habitação registou também uma subida na ordem dos 250 euros, atingindo os 64.438 euros.

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