O desespero por uma casa está a aumentar o risco de burla na internet, sobretudo no mercado de arrendamento. As agências imobiliárias alertam quer há falsos agentes a exigir, por exemplo, o pagamento de uma caução só para visitar o imóvel. A recomendação é simples: em nenhuma circunstância isto deve ser aceite.
Encontrar uma casa para arrendar a preço acessível no Grande Porto não é missão fácil. Ao fim de quatro meses de pesquisa sem sucesso, Nelson Filipe foi procurar na plataforma Market Place do Facebook e deparou-se com vários anúncios a rondar os 500€ por mês, mas com uma condição.
"Pedem para fazer o pagamento da caução e da primeira renda. Depois, a partir daí, é que se vai ver a casa. Mas como sou muito teimoso, fui ver a casa antes de fazer o pagamento", conta.
Foi ver um T2 na Rua do Sul, em Matosinhos. Quando lá chegou, as imagens não correspondiam ao anúncio, mas gostou do que viu. Fez uma transferência de 900€ e nunca mais teve resposta. Acabou por apresentar queixa na PSP.
Neste tipo de burla, todos os contactos são feitos apenas por WhatsApp e email, com alguém que se faz passar por agente imobiliário, por exemplo, da Remax.
Nos últimos dois anos, a agência imobiliária Remax apresentou 8 queixas-crime por uso indevido de imagem.
À Century 21 também chegaram queixas e pedidos de ajuda de clientes. Foram 15 desde 2022. A imobiliária, que tem 4 mil agentes em todo o país, apresentou as denúncias ao departamento de cibersegurança da Polícia Judiciária.
Em caso de dúvida, a Remax recomenda que o comprador consulte o site da agência.
As agências imobiliárias recomendam ainda ao comprador que não faça qualquer pagamento, enquanto não há um contrato assinado.