Não vai haver um novo travão ao aumento das rendas. No entanto, o Governo vai aumentar os apoios às famílias mais vulneráveis. Ainda assim, muitos inquilinos consideram as medidas insuficientes.
Depois do travão imposto ao longo deste ano, que limitou o aumento a 2%, em janeiro de 2024 a situação vai mudar, com a renda de uma habitação a poder subir até aos 6,94%. É o maior aumento dos últimos 30 anos.
"Os aumentos de rendimentos não vão atingir esse patamar. Quer as pensões, quer os salários, não vai atingir esse patamar. Isso significa o aumento da taxa de esforço", diz António Machado, da Associação de Inquilinos Lisbonenses.
Para mitigar o impacto deste aumento, o Governo decidiu atualizar de forma automática o apoio às famílias mais vulneráveis, que sobe 4,94%.
Os agregados têm de cumprir dois critérios: rendimentos até ao 6º escalão do IRS e uma taxa de esforço com o pagamento da renda superior a 35%.
As novas medidas do Governo abrangem, pelo menos, as 185 mil famílias que já recebem apoio à renda. Mas podem vir a beneficiar também os inquilinos que, com o aumento das rendas, passem a ter uma taxa de esforço superior a 35%.
As medidas para muitos não são suficientes.
"Tenho dificuldade em pagar a minha renda que é extremamente alta (...). Eu não posso, de todo, concordar com essa medida".
Já uma jovem ouvida pela SIC lembra que é cada vez mais difícil pagar casa.
O valor das deduções das rendas no IRS também vai sofrer alterações. Passa dos atuais 502 euros para 550 euros, em 2024.