O medida IVA zero entrou em vigor há três meses. Desde então, foi registada uma diminuição no preço final da maioria dos alimentos que compõem a lista. Segundo a DECO Proteste, o preço do cabaz de alimentos abrangidos pela medida desceu mais de 8% desde abril.
No cabaz alimentar com IVA zero”, onde são incluídos 41 dos 44 produtos abrangidos pela medida, registou uma descida de 11,72 euros entre 17 de abril e 12 de julho, o que corresponde a uma redução de 8,45%. Se no dia anterior à entrada em vigor da medida o cabaz custava 138,78 euros, na semana passada os mesmos produtos podiam ser adquiridos por 127,05 euros.
Também o preço do cabaz de bens essencial da DECO Proteste registou uma tendência de descida nos últimos três meses. Passou de 226,42 euros a 13 de abril para 212,77 euros a 12 de julho. Este cabaz é composto por 63 produtos, cujos preços são analisados semanalmente, todas as quartas-feiras.
No entanto, mesmo com uma descida no preço dos produtos alimentares, o cabaz de bens essenciais continua a ser 7,98 euros mais caro do que no mesmo período de 2022 (mais 3,90%). Comparando com o valor no início da guerra na Ucrânia, a subida é de 29,14 euros (15,87%).
Apesar da tendência decrescente, há alimentos abrangidos pelo IVA zero que estão agora mais caros do que em abril: os brócolos (+24%), as maçãs gala (+15%), a couve-flor (+13%) e a laranja (+4%). No outro lado da balança, o óleo alimentar (-29%), a pescada fresca (-23%) e o tomate (-21%) são os produtos com maior descida de preço desde que o IVA zero entrou em vigor.
Na última semana (de 5 a 12 de julho), os produtos que registaram um maior aumento de preço foram as ervilhas ultracongeladas (+11%), o carapau (+9%) e o arroz carolino (+6%).
O IVA zero é uma medida aplicada pelo Governo com o objetivo de reduzir o preço do cabaz alimentar e combater a inflação. Inclui 46 alimentos, definidos com base nas recomendações da Direção-Geral de Saúde.
A medida foi assinada pelo Governo a 27 de março, tendo entrado em vigor três semanas depois. Está em vigor até 31 de outubro.
Descida de preços pode estar relacionado com apoio à produção
A DECO Proteste destaca que, apesar da medida ter entrado em vigor há três meses, a redução nos preços só se fez sentir na carteira dos consumidores nas últimas cinco semanas. À SIC Notícias, Rita Rodrigues lembra que a produção está a receber apoio e há descidas no valor das matérias primas.
“Pela quinta semana consecutiva, começamos a perceber que há uma descida de preço dos alimentos que compõem este cabaz e, portanto, permite que esta percentagem tenha aumentado precisamente nas últimas semanas. Nas primeiras não era tão visível o impacto desta medida.”
Além do IVA, a DECO Proteste lembra que as descidas de preço podem estar relacionadas com o “apoio à produção”.
“Segundo sabemos, as verbas estão a ser libertadas, o que significa que o apoio à produção está a ser dado e isso pode explicar a diminuição do preço base de alguns destes produtos frescos”, acrescenta Rita Rodrigues.
Apesar da descida de 8,45% no preço dos alimentos com IVA zero, a DECO Proteste sublinha que “não é suficiente” e que são precisas “mais medidas” para ajudar os consumidores a fazer face às “grandes dificuldades”.