É cada vez mais caro arrendar uma casa, em Portugal. Nos últimos cinco anos, o preço mensal do arrendamento subiu 240 euros.
O maior aumento foi registado na cidade de Cascais. Pelo contrário, só Mira e Borba registaram uma queda nos valores.
"Há famílias que mesmo que tenham um rendimento médio de 2.000/2.500 euros dificilmente consegue pagar uma renda de 1.000 euros, pouco fica para sobreviver", diz Francisco Bacelar, da Associação de Mediadores Imobiliários de Portugal.
De acordo com o Jornal de Notícias, a contribuir para esta situação está uma maior presença de imigrantes no país uma subida dos juros no crédito à habitação.
Duzentos mil euros não chegam para comprar um T2 no concelho de Lisboa e 1.200 euros não são suficientes para arrendar também no centro da capital. As opções atiram os compradores para as zonas periféricas onde há apartamentos mais baratos, mas a precisarem de obras.
Ouvido pela SIC, o consultor imobiliário Nuno Pires reconhece que é difícil encontrar um T2 a arrendar por menos de 1.500 euros, no centro de Lisboa: “Havendo pouca oferta e muita procura, logo à partida os valores sobem.”
No ano passado, foram celebrados em Portugal mais de 90.000 contratos de arrendamento, o número mais elevado de sempre.
Pela primeira vez, a marca de 90.000 novos contratos de arrendamento num ano foi ultrapassada. De acordo com os dados do INE, a que o jornal Público teve acesso, em 2022 foram assinados 92.600 novos contratos. Além disso, o aumento do número de arrendamentos de habitações de 2021 para 2022 foi de 6%.
Na capital portuguesa os novos contratos aumentaram um pouco mais de 4% apesar do valor médio de rendas ter subido perto de 15%. Já no Porto o número de novos arrendamentos aumentou apenas 1%.
Ainda assim, os proprietários dizem que estes dados não têm um grande significado. O número é "baixíssimo num ano, relativamente às carência de habitação que existe", entende Luís Menezes Leitão , da Associação Lisboense de Proprietários.
Para o aumento da procura dos arrendamentos contribui a subida das taxas de juro e a crescente dificuldade em conseguir um empréstimo para a compra de casa.
Os proprietários admitem também que a procura de arrendamento de casa por estrangeiros aumentou no ano passado.