Pep Guardiola aproveitou a conferência de imprensa de antevisão ao duelo da Taça da Liga frente ao Huddersfield Town para rebater as críticas que lhe têm sido dirigidas após o empate do Manchester City na visita ao terreno do Arsenal, no passado fim de semana.
O treinador catalão viu-se no centro da discussão depois de os citizens registarem apenas 32,8% de posse de bola, o valor mais baixo desde o início da sua carreira de treinador, o que levou a comparações com um estilo mais defensivo, associado frequentemente a José Mourinho.
Guardiola, no entanto, rejeitou liminarmente a ideia de que tenha "estacionado o autocarro".
"Quando ganhamos a Premier League, dizem que somos aborrecidos. Talvez os jogadores possam explicar se mudei realmente alguma coisa nesta época. Estão em todas as reuniões, em todos os jogos, sabem melhor do que ninguém", começou por dizer o treinador, de 54 anos.
"F***-se, devo ser mesmo bom"
Pep Guardiola ironizou ainda a ideia de que teria alterado a sua abordagem tática de forma tão radical entre jogos.
"Mudámos a forma de jogar contra o Nápoles? Não. Três dias depois, mudámos tudo? F***-se, devo ser mesmo bom. Consegui mudar tudo em três dias!", atirou, com sarcasmo.
O técnico catalão insistiu que continua fiel aos seus princípios: "Quero ter posse de bola, recuperar alto, destabilizar a estrutura adversária e castigá-los. Sempre fui assim e assim continuarei até me retirar."
Respondendo às críticas sobre a estratégia adotada frente ao Arsenal, Guardiola explicou que o City apenas se adaptou às forças do adversário. Recordou ensinamentos de Johan Cruyff no Barcelona para justificar a opção por passes longos e duelos individuais.
"Às vezes jogamos mal. Às vezes, o adversário é simplesmente melhor. Mas nunca jogámos tão recuados, tão compactos durante tanto tempo. E conseguir fazê-lo contra o Arsenal é algo muito positivo para o nosso futuro", concluiu.