O embarque de Fernanda Torres para a viagem como elemento do júri em Veneza começou com uma pequena colisão com Alexander Payne. Um momento caricato para o realizador que, este ano, preside o grupo que vai escolher o Leão de Ouro, o prémio atribuído ao melhor filme.
A chegada de George Clooney foi recebida com entusiasmo pela imprensa. É o protagonista de "Jay Kelly", que tem Adam Sandler e Laura Dern no elenco. A abertura da competição principal é feita por "La Grazia", do realizador italiano Paolo Sorrentino. A concorrer estão 21 filmes, um dos quais, com a guerra como tema central.
E antes das portas abrirem, mais de 1.500 pessoas assinaram um apelo para o festival tomar uma posição sobre a guerra em Gaza e uma condenação para as ações israelitas.
"Por um lado, a principal instituição cultural italiana, um lugar de abertura, de discussão, de debate, que não exerce qualquer forma de censura a ninguém. E por outro lado, nunca hesitámos em declarar claramente a nossa enorme tristeza e sofrimento face ao que está a acontecer em Gaza, na Palestina, a morte de civis e, acima de tudo, das crianças que são vítimas, que são definidas com um termo terrível, danos colaterais das guerras às quais ninguém conseguiu pôr fim. Acho que não há dúvidas sobre a posição da Bienal em relação a isto", refere Alberto Barbera, Diretor do Festival Internacional de Cinema de Veneza.
Também Portugal vai estar representado, mas na categoria dos clássicos, através de "Aniki-Bóbó". O primeiro filme de Manoel de Oliveira, de 1942, foi restaurado e vai ser exibido em alta resolução em três sessões.
Ao longo de 11 dias, o festival de cinema mais antigo do mundo recebe filmes de realizadores como Guillermo del Toro e Yorgos Lanthimos e ainda tem espaço para estreias: Julia Roberts faz parte da edição número 82 do Festival de Cinema de Veneza, sendo o nome principal de "After The Hunt", o novo filme de Luca Guadagnino sobre o movimento MeToo.