Crise na Ucrânia

Ucrânia responderá militarmente a nova tentativa de anexação pela Rússia 

O primeiro-ministro ucraniano Arseni Iatseniuk garantiu hoje que a Ucrânia responderá militarmente a qualquer tentativa de anexação por parte da Rússia dos territórios russófonos na região leste do país, avança a agência AFP. No entanto, Moscovo já garantiu que não tem qualquer intenção de o fazer. 

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© Valentyn Ogirenko / Reuters

"Responderemos firmemente e com recurso a meios militares a qualquer tentativa de atravessar a fronteira das tropas russas ou de anexação das regiões do leste ou outras", declarou Arseni Iatseniuk. 

No entanto, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, negou, em conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, Chuck Hagel, qualquer intenção russa de invadir o leste ucraniano. 

Chuck Hagel transmitiu preocupação face às movimentações russas, mas Serguei Shoigu garantiu que as tropas que colocou ao longo da fronteira com a Ucrânia estão lá "apenas para realizar exercícios militares" e que não há qualquer plano para cruzar a fronteira ou levar a cabo qualquer ação violenta. 

Já o primeiro-ministro ucraniano sublinhou que o problema da anexação da península da Crimeia pela Rússia ultrapassou largamente o quadro das relações russo-ucranianas e apelou a uma "resposta adequada" do Ocidente. 

"A Rússia violou o direito internacional e minou o acordo de não-proliferação nuclear. A Rússia fez um assalto à mão armada de um país vizinho independente. O Ocidente deve dar uma resposta adequada", considerou Arseni Iatseniuk. 

A Rússia, tal como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, tem garantido a integridade territorial da Ucrânia desde 1994, quando a ex-república soviética renunciou ao seu arsenal nuclear. 

"Todos devem compreender que há um preço a pagar pela estabilidade mundial. Há duas formas: com vítimas ou com euros e dólares", frisou Arseni Iatseniuk, numa aparente referência às sanções económicas contra Moscovo. 

"É melhor sacrificar os euros e os dólares do que chorar milhares de mortos numa guerra sangrenta", acrescentou o primeiro-ministro da Ucrânia, dizendo que ainda espera compreensão dos parceiros europeus em relação à questão.


Lusa

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