"Responderemos firmemente e com recurso a meios militares a qualquer tentativa de atravessar a fronteira das tropas russas ou de anexação das regiões do leste ou outras", declarou Arseni Iatseniuk.
No entanto, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, negou, em conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, Chuck Hagel, qualquer intenção russa de invadir o leste ucraniano.
Chuck Hagel transmitiu preocupação face às movimentações russas, mas Serguei Shoigu garantiu que as tropas que colocou ao longo da fronteira com a Ucrânia estão lá "apenas para realizar exercícios militares" e que não há qualquer plano para cruzar a fronteira ou levar a cabo qualquer ação violenta.
Já o primeiro-ministro ucraniano sublinhou que o problema da anexação da península da Crimeia pela Rússia ultrapassou largamente o quadro das relações russo-ucranianas e apelou a uma "resposta adequada" do Ocidente.
"A Rússia violou o direito internacional e minou o acordo de não-proliferação nuclear. A Rússia fez um assalto à mão armada de um país vizinho independente. O Ocidente deve dar uma resposta adequada", considerou Arseni Iatseniuk.
A Rússia, tal como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, tem garantido a integridade territorial da Ucrânia desde 1994, quando a ex-república soviética renunciou ao seu arsenal nuclear.
"Todos devem compreender que há um preço a pagar pela estabilidade mundial. Há duas formas: com vítimas ou com euros e dólares", frisou Arseni Iatseniuk, numa aparente referência às sanções económicas contra Moscovo.
"É melhor sacrificar os euros e os dólares do que chorar milhares de mortos numa guerra sangrenta", acrescentou o primeiro-ministro da Ucrânia, dizendo que ainda espera compreensão dos parceiros europeus em relação à questão.
Lusa