Crise na Ucrânia

UE cancela cimeira com a Rússia prevista para junho

A União Europeia (UE) decidiu anular a cimeira  com a Rússia, prevista para junho, em resposta à anexação da Crimeia ao  território russo, anunciou hoje o presidente francês, François Hollande.

(Reuters/ Arquivo)
© Yves Herman / Reuters

"Há uma suspensão de relações políticas (...) a reunião UE-Rússia não  pode ocorrer nestas condições", afirmou Hollande na sua chegada à cimeira  com os dirigentes europeus, em Bruxelas. 

Além das sanções individuais visando responsáveis russos e ucranianos,  a UE "deve preparar" sanções económicas contra a Rússia em caso de uma escalada  suplementar nas suas ações, disse ainda o presidente francês. 

Hollande disse que se a Rússia aceitar abrir as discussões e recuar  nas suas ações, não haverá outras sanções.  

Entretanto, se acontecer o inverso, com uma escalada nas reivindicações  ilegítimas, de operações, tropas e ameaças, o presidente francês garantiu  que "haverá outras sanções". 

Num futuro imediato, os dirigentes europeus só devem decidir apenas  novas "sanções individuais". 

Hoje pela manhã, a chanceler alemã Angela Merkel, disse que a UE irá  expandir a lista de pessoas - que conta atualmente com 21 nomes - a serem  sancionadas e que já conta com personalidades russas e ucranianas pró-russas.

Estas sanções incluem a proibição de obtenção de vistos e o congelamento  de bens destas pessoas.  

Merkel deixou a porta aberta para sanções económicas no caso do aumento  das ações da Rússia na Crimeia. 

Reunidos até sexta-feira em Bruxelas, os dirigentes europeus devem também  assinar com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, os termos políticos  do acordo de associação com a UE. 

A república autónoma da Crimeia, um território no sul da Ucrânia e de  população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre Moscovo  e Kiev desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor  Ianukovich, considerado pró-russo. 

As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo  Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia,  apoiada por 96,77% dos votantes. 

Durante os últimos dias, a república da Crimeia tem sido cenário de  incidentes envolvendo forças pró-russas e militares ucranianos. 

Lusa

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